Um integrante do "gabinete do ódio" esteve em Dubai, com a comitiva do presidente Jair Bolsonaro no ano passado, para conversar com um representante da empresa DarkMatter, que desenvolveu uma ferramenta espiã. A informação foi divulgada pelo portal UOL.
O "gabinete do ódio" é como foi nomeada a estrutura de assessoramento paralelo do governo federal e o integrante desse grupo que esteve nos Emirados Árabes para o Dubai Airshow é especialista em inteligência e contrainteligência e responde, segundo a reportagem, de maneira extraoficial ao vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente da República.
O nome dele não foi revelado, mas fontes garantiram à reportagem do UOL que a tentativa de compra ocorreu para que a ferramenta fosse utilizada durante das eleições e que as conversas ocorreram em sala privada cedida pelo governo de Israel, mas a compra não foi efetivada.
Ainda de acordo com a publicação, as informações sobre as conversas foram dadas por uma pessoa que integrou a comitiva presidencial que esteve nos Emirados Árabes durante a viagem oficial de Bolsonaro e demais integrantes do governo.
A DarkMatter tem sede em Abu Dhabi, mas é formada por programadores israelenses que faziam parte da chamada Unidade 8200, força de hackers de elite vinculada ao exército de Israel. A companhia elaborou programas que conseguem invadir computadores e celulares.
A reportagem do UOL procurou o Palácio do Planalto, o Gabinete de Segurança Institucional do governo e o vereador Carlos Bolsonaro, mas eles não se manifestaram.