17/01/2022 às 14h15min - Atualizada em 17/01/2022 às 14h15min
Justiça nega pedido de prisão de William Bonner por incentivar vacinação das crianças
O pedido de prisão feito por seguidor de Bolsonaro foi classificado pela juíza do caso como “delírios negacionistas”.
Da Redação
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William Bonner perseguido por bolsonarista antivacina O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios rejeitou uma ação que pedia a prisão do jornalista William Bonner, da TV Globo, por incentivar a vacinação contra a COVID-19 em crianças e adolescentes. A decisão foi divulgada neste domingo (16/1).
Na ação, o jornalista é acusado de participar de uma suposta organização criminosa para falar sobre os impactos positivos do imunizante no combate à pandemia.
Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, o pedido de prisão foi feito pelo bolsonarista e ex-candidato a deputado distrital pelo PSL, Wilson Issao Koressawa. Ele acusa o apresentador do Jornal Nacional de cometer os crimes de indução de pessoas ao suicídio, de causar epidemia e de “envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo”.
Em sua decisão, a juíza Gláucia Falsarella Pereira Foley classificou o pedido de prisão de Bonner de “delírios negacionistas”.
“O poder Judiciário não pode afagar delírios negacionistas, reproduzidos pela conivência ativa – quando não incendiados – por parte das instituições, sejam elas públicas ou não”, diz Foley em trecho da decisão.
A magistrada destacou ainda o exercício da liberdade de imprensa e o direito destes profissionais de proferir críticas.
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“Para [o professor] Eugênio Bucci, aliás, mais do que direito do jornalista, a liberdade de informação é direito do cidadão e dever da imprensa”, escreveu a juíza.
Em 2020, Wilson Issao Koressawa impetrou um pedido de prisão no Superior Tribunal Militar (STM) contra 40 autoridades consideradas antagonistas do presidente Jair Bolsonaro (PL).
À época, foram alvos da ação: o presidente da Rede Globo, José Roberto Marinho; os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF); 25 governadores, exceto o de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-RJ); e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, o último a ser citado, segundo o site Metrópoles.