Pela primeira vez, a avaliação de que o governo Jair Bolsonaro (PL) está pior do que o esperado supera a satisfação positiva não só entre a população em geral, mas entre os eleitores que votaram no atual presidente em 2018, de acordo com a pesquisa Genial/Quaest divulgada na quarta-feira (12).
A mudança ocorreu ao longo do segundo semestre, quando questões relacionadas à economia, como inflação e desemprego, passaram a predominar entre as preocupações do brasileiro – antes, a pandemia era o principal motivo de atenção, de acordo com o levantamento.
Em julho, 35% dos eleitores que disseram ter votado em Bolsonaro em 2018 consideravam o governo melhor do que o esperado, 7 pontos percentuais acima dos 28% que avaliavam a gestão como abaixo de suas expectativas – 36% afirmaram não estar nem melhor, nem pior.
No primeiro mês de 2022, porém, o quadro se reverteu. Agora, 36% dos eleitores de Bolsonaro em 2018 consideram o governo pior do que o esperado, ante 29% dos que estão sendo positivamente surpreendidos pela gestão e 34% que avaliam estar nem melhor, nem pior. Ou seja, a variação foi de 14 pontos percentuais, passando a um saldo negativo de 7 pontos.
Entre a população em geral, já predominava a percepção de que o governo era pior do que o esperado, com 48% em julho, índice que subiu para 55% em janeiro. Os que consideram a administração melhor do que as expectativas passaram de 19% para 15% dos entrevistados, e aqueles que avaliam a gestão como nem melhor, nem pior do que esperavam oscilou de 31% para 28%, pouco acima da margem de erro de 2 pontos percentuais.
Essa tendência mostra as dificuldades de Bolsonaro para reverter o alto índice de reprovação de sua gestão e, consequentemente, retomar os patamares de intenção de voto que registrava em meados do ano passado.
Nesse mesmo período, entre julho e janeiro, o presidente caiu de 28% para 23% na pesquisa estimulada, em que o entrevistador apresenta uma lista de nomes para serem escolhidos pelo respondente. O principal adversário de Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), manteve-se entre 44% e 48% das intenções de voto, registrando 45% em janeiro. O potencial eleitorado da chamada terceira via, de acordo com a pesquisa, caiu no período de 31% para 26%.
A pesquisa Genial/Quaest é a primeira divulgada em 2022 e foi registrada no TSE sob o protocolo nº BR-00075/2022. Foram entrevistados de forma presencial 2 mil eleitores com 16 anos ou mais entre os dias 6 e 9 de janeiro. A margem de erro estimada é de 2 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95% (se 100 pesquisas fossem realizadas, 95 apresentariam os mesmos resultados dentro da margem de erro).