Em pelo menos oito capitais brasileiras o novo salário mínimo, no valor de R$ 1.212, que passa a valer a partir deste sábado, 1º de janeiro, não será suficiente para comprar até duas cestas básicas de alimentos – composta por 13 itens – segundo cálculo feito pela CNN com base na última Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A conta levou em consideração o preço das cestas básicas comercializadas, em novembro de 2021, nas capitais Florianópolis (R$710,53), São Paulo (R$692,27), Porto Alegre (R$ 685,32), Vitória (R$668,17), Rio de Janeiro (R$665,60), Campo Grande (R$645,17), Curitiba (R$638,96) e Brasília (R$631,95). O Dieese ainda não divulgou os valores da cesta básica de dezembro com reajuste de preços.
O valor da cesta básica varia entre as regiões do país e, por isso, representa uma parcela diferente do salário mínimo em cada uma delas. O preço mais baixo, de R$ 473,26 (46,5% do salário mínimo), foi encontrado em Aracaju. O mais alto, de R$ 710,53 (aproximadamente 70% do salário mínimo), foi registrado em Florianópolis.
Para o Dieese, o valor do salário mínimo deveria estar em quase R$ 6 mil, considerando o nível de preços no país (também em relação a novembro de 2021). Isso é quase cinco vezes o valor estabelecido para o ano novo.
O valor do novo salário mínimo é R$ 112 acima dos atuais R$ 1.100, mas, pelo terceiro ano seguido, não representa ganho real para o bolso do brasileiro, mas apenas a recomposição de perdas geradas pela inflação.
O Ministério da Economia diz que o cálculo do novo salário mínimo considerou uma alta de 10,02% como Índice Nacional de Preços ao Consumidor previsto para todo o ano de 2021.
De acordo com as estimativas do governo federal, para cada aumento de R$ 1,00 no salário mínimo, despesas com benefícios previdenciários, abono, seguro desemprego e Benefícios de Prestação Continuada (BPC) aumentam em aproximadamente R$ 364,8 milhões no ano de 2022.