Em sua última live do ano, Bolsonaro disse que decidiu não vacinar a sua filha e levantou suspeitas sobre os riscos da imunização pediátrica contra o coronavírus.
"Não quero falar mais da Anvisa aqui, porque ela fechou o diálogo, é impossível falar com o presidente da Anvisa agora. Vamos debater isso, está mexendo com a vida das pessoas. Minha esposa se vacinou. Nossa filha, e nós entendemos que ela não tem nada a ganhar com a vacina”, afirmou ele.
Bolsonaro já foi próximo do diretor-presidente da Anvisa -- ambos são militares --, mas se afastaram após desentendimentos sobre vacinação contra Covid.
Procurada, a Anvisa informou, por meio da assessoria de imprensa, que o diretor-presidente não deixaria de atender chamado ou contato do presidente da República.
O presidente afirmou que a vacinação das crianças deveria ser facultativa, mas ressalvou que o Ministério da Saúde tem autonomia para decidir e defendeu que as pessoas acompanhem a audiência pública que ocorrerá na pasta em 4 de janeiro que vai debater o assunto. No dia seguinte, o ministério deverá anunciar sua decisão.
A cúpula da Anvisa tornou-se alvo de ameaças mais intensas depois que Bolsonaro passou a questionar publicamente a decisão do órgão de autorizar a vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos. A instituição tinha sido alvo inicialmente de ataques desde outubro de pessoas contrárias a esse tipo de vacinação. O caso está sob investigação da Polícia Federal e sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF).