Auditoria do Tribunal de Contas da União afirmou que o Ministério da Defesa usou dinheiro destinado ao combate à covid-19 para comprar picanha e filé mignon. O documento foi obtido com exclusividade pelo jornal Folha de S.Paulo.
Segundo informações do levantamento feito pela Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas (Selog), foram usados R$ 535 mil em itens considerados de luxo. Os auditores acreditavam que, assim como nos Ministérios da Educação e Saúde, que por conta da pandemia diminuíram as despesas com alimentação, o mesmo aconteceria com o Ministério da Defesa. Contudo, as cifras aumentaram em 2020.
O tribunal também declarou que dos R$557 mil usados indevidamente da ação orçamentária que seria para enfrentamento à pandemia para a compra de itens não essenciais, 96% foram despendidos pelo Ministério da Defesa.
Em nota, a assessoria do ministério disse que as atividades de exército, marinha e aeronáutica permaneceram normais na pandemia e isso incluiu a alimentação das tropas.
O levantamento do tribunal, no entanto, aponta que “não parece razoável alocar os escassos recursos públicos na compra de itens não essenciais, especialmente durante a crise sanitária, econômica e social pela qual o país está passando, decorrente da pandemia”. Nos itens adquiridos ainda se destacaram bacalhau, salmão, camarão e bebidas alcoólicas.