Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Covas disse que resta saber se o Brasil vai conseguir conter a variante.
Segundo ele, é necessário o controle de entrada nos aeroportos e quarentena dos passageiros que vieram da África do Sul.
Desde o fim de semana, um brasileiro que passou pela África e desembarcou em São Paulo e testou positivo para a covid-19 é monitorado.
Ainda não se sabe se ele foi infectado ou não pela nova variante. O resultado do sequenciamento do vírus será conhecido nos próximos dias.
Covas disse ainda que estuda fazer doação de doses da Coronavac, produzida pelo Butantan, para países africanos, cuja cobertura vacinal está baixa.
“O Brasil e os demais países dependem de medidas locais e regionais”, explicou.
De acordo com dados do Our World in Data, em todo o continente africano, apenas 7,15% estão totalmente vacinados contra a covid-19. Enquanto a União Europeia tem 66,94% de seus habitantes com o esquema vacinal completo.
A OMS já tinha alertado para a importância da equidade vacinal e advertido que o controle da pandemia dependerá disso. Segundo a entidade, a baixa vacinação nos países implica em maiores chances de surgirem novas variantes que escapem às vacinas.
Descoberta pela primeira vez na África do Sul, a Ômicron contém 50 mutações, algo nunca antes visto, e foi classificada como variante de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda não se sabe se as vacinas são eficazes contra ela.
Até o momento não foi registrada nenhuma morte de infectado pela cepa e os primeiros casos na África do Sul apontaram para sintomas leves.
Segundo a médica Angelique Coetzee, presidente da Sama (Associação Médica da África do Sul), dores musculares, cansaço e mal-estar por 1 ou 2 dia foram as queixas mais relatadas.