Os magistrados assinalam que, além dos ataques feitos ao sistema democrático, a Lava Jato também trouxe graves consequências econômicas ao país. “Aos danos à democracia, somam-se a destruição da indústria naval e da construção civil brasileiras, entre outros nefastos efeitos do Lawfare praticado por esses que, agora, sem pudor algum, desvelam quais eram suas verdadeiras intenções: a manipulação da justiça em proveito próprio”, diz o texto.
A manifestação da AJD se soma a outras reações em relação às cada vez mais prováveis candidaturas do ex-juiz e do ex-procurador em 2022. Na sexta-feira (5), os advogados Cristiano Zanin e Luiz Carlos Rocha, em entrevista à colunista Bela Megalle, do jornal O Globo, afirmaram que “Moro e Dallagnol sempre estiveram na política, só que antes usavam os seus cargos no sistema de Justiça para atacar adversários e até mesmo advogados de seus adversários”.
No mesmo dia, sem citar nomes, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que alerta “há anos” para a politização do sistema de Justiça. “A seletividade, os métodos de investigações e vazamentos: tudo convergia para um propósito claro – e político, como hoje se revela. Demonizou-se o poder para apoderar-se dele. A receita estava pronta”, declarou, em seu perfil no Twitter.
“Caída a máscara da caçada implacável aqueles que eles chamavam de corruptos, Moro e Dallagnol escancaram que seu maior projeto era alavancar suas próprias carreiras políticas, vilipendiando seus cargos públicos, no Judiciário e no Ministério Público”, diz ainda a nota da AJD.
A associação reforça “seu alerta à sociedade, quanto aos riscos e prejuízos à democracia que a prática do Lawfare e a atuação impune de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol (dentre outros) representam”.