A cidade do Pilar já era povoada desde os tempos das capitanias hereditárias, quando Alagoas pertencia a Pernambuco, onde por volta de 1600 já existiam indícios da presença dos Índios Cariris no complexo lagunar Mundaú-Manguaba. Às margens da Lagoa do Sul (Manguaba) formou-se uma pequena Vila de Pescadores e no Século XVII, Gabriel Soares da Cunha, fundou o Engenho Velho, que denominava-se como São Gabriel. Em 1750 passou a pertencer ao Português Matheus Casado de Lima, que também era proprietário de vários engenhos, entre eles o Engenho Pilar, edificado nas terras do Engenho Velho e o Campinas, em Santa Luzia do Norte.
Foi a partir da implantação dos engenhos de açúcar em Pilar, que a vila começou a crescer. Esse engenho, que deu origem à cidade do Pilar ficava localizado nas proximidades da Igreja do Rosário, inaugurada em 1800, onde existia a Capela de São Matheus, que foi o primeiro Padroeiro do lugar,
Alguns historiadores relatam que o nome da cidade se deu a um fato ou lenda de que, um pescador, chamado Thiago, encontrou a imagem de Nossa Senhora num pilar, uma história que era muito comum naquela época, a exemplo de Aparecida em São Paulo e outras vilas de pescadores pelo Brasil afora, conforme mostrado na novela: A Padroeira.
Essa história de Thiago, o pescador, ocorreu a cerca de 2000 anos, logo após a morte de Jesus, quando Maria pediu aos discípulos que fossem pelo mundo e pregassem o Evangelho, e Thiago, que era um dos Apóstolos de Jesus, seguiu sua missão e quando chegou em terras espanholas, em Saragozza teve uma visão de Nossa Senhora num Pilar, mostrando que ali deveria ser edificada uma igreja, que hoje é a monumental Basílica de Nossa Senhora do Pilar. Em 1831, quando o espanhol José de Mendonça de Alarcão Ayala adquiriu o Engenho Velho, trouxe da sua terra natal, na Espanha, a imagem de Nossa Senhora do Pilar, que passou a ser a Padroeira do lugar.
Pilar foi a 3ª Cidade, socialmente e comercialmente falando, mais importante de Alagoas, pois todas as mercadorias das cidades vizinhas vinham transportadas nos lombos dos burros e eram embarcadas pela cidade, via Lagoa Manguaba para Maceió e Sul do País, através das barcas e navios à vapor
Dois fatos marcantes da História do Brasil ocorreram em Pilar: primeiro foi à visita do Imperador D. Pedro II com sua comitiva, no Navio Pirajá, em 10 de Janeiro de 1860, onde a cidade se preparou e realizou o grande Baile Imperial num imponente prédio que existia onde é hoje os Correios. Por ocasião desta importante visita, foi construída a Ladeira de Pedra.
E no dia 28 de Abril de 1876, registrou-se oficialmente em Pilar a “Última Execução Judicial do Brasil”, onde três escravos, dois anos antes, Francisco, Vicente e Prudêncio, trucidaram o casal João Evangelista de Lima e Dona Josepha Marta de Lima. Vicente foi capturado no Engenho Hortelã (Marechal Deodoro), Prudêncio morreu em luta com a polícia e Francisco foi capturado. Após o julgamento dos escravos, o Imperador D. Pedro II negou o pedido de graça de Francisco, sendo condenado a morrer na forca em 28.04.1876, no Sítio Bonga, sendo essa a “Última Pena de Morte Oficial do Brasil”, que é encenada anualmente no dia 28 de Abril pela Casa da Cultura.
Cultura, turismo e gastronomia são atrações
A Casa da Cultura e Museu prof. Arthur Ramos – onde nasceu o filho ilustre Arthur Ramos e onde viveu toda a família Ramos abriga exposições fotográficas, objetos de época, livros, fatos históricos, filhos ilustres. É parada obrigatória para os turistas que visitam Pilar, onde conhecem de perto a história da cidade, em palestras feitas para os visitantes. A casa da cultura e museu foi tombada pelo Conselho Estadual de Cultura em 1988.
A Igreja do Rosário, que foi a primeira Capela, onde deu origem a cidade do Pilar, foi Inaugurada em 1º/11/1800 tendo como padroeiro São Matheus, onde existia o Engenho Velho e a Vila de Pescadores. Foi onde o escravo Francisco rezou pela última vez antes de ser enforcado.
Matriz de Nossa Senhora do Pilar, belíssima por dentro e por fora, a igreja matriz foi idealizada pelo Frei Caetano de Messina e inaugurada solenemente em 1879. É nela que encontra-se a imagem de Nossa Senhora do Pilar, Padroeira da cidade.
O Santo Cruzeiro é o mirante que encanta a todos que ali visitam, pela tamanha beleza, avistando-se toda a “cidade baixa”, margeada pela belíssima Lagoa Manguaba. Foi construído pelos Jesuítas em 1918 e é um local santo para os católicos pagarem suas promessas.
Sítio Bonga
Pertencente a Família Alves Pinho – o sítio, localizado no bairro do Pernambuco Novo, registrou-se oficialmente “A Última Pena de Morte do Brasil” em 28/04/1876, sendo enforcado o escravo Francisco. A Casa da Cultura reergueu a forca no local em 2001 e todos os anos, no dia 28 de abril é realizada uma encenação, relembrando o fato histórico.
A orla lagunar é um cartão postal, as margens da Lagoa Manguaba, onde pode-se saborear a famosa peixada do “Bagre do Pilar” ou outras delícias da culinária.