Eleito com a promessa de reduzir o número de ministérios, o presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quinta-feira que o país deveria ter mais pastas.
"Quando a gente não está no governo tem um pensamento, quando vai (para o governo) muda muito. Pelo tamanho o Brasil pode ter mais de 23 ministérios. Um país pequeno pode ter uma cúpula menor. O tamanho do Brasil não justifica", disse Bolsonaro durante a cerimônia de início do leilão das bandas de comunicação 5G.
Durante sua campanha, Bolsonaro chegou a prometer uma estrutura com apenas 15 ministérios, mas nunca conseguiu chegar a isso. Dos 29 que recebeu de Michel Temer, tomou posse com 22.Em junho de 2020, com a criação do Ministério das Comunicações, chegou a 23.
Em fevereiro deste ano, com a autonomia do Banco Central, voltou a 22, mas com a recriação da pasta do Trabalho, voltou aos 23.
Em seu discurso, Bolsonaro chegou a dizer que se, no início do governo soubesse o que sabe hoje, não teria extinto o Ministério da Pesca --hoje uma secretaria especial, ocupada por Jorge Saif, um dos maiores defensores do bolsonarismo.
Existe uma pressão do centrão sobre o governo para ocupar cada vez mais espaço no primeiro escalão e pela abertura de novos ministérios. As áreas mais visadas são principalmente as unificadas no Ministério da Economia, como Planejamento e especialmente Comércio Exterior e Indústria.