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27/10/2021 às 22h28min - Atualizada em 27/10/2021 às 22h28min

Bolsonaro chama CPI sobre sua gestão da pandemia de 'palhaçada'

AFP
https://www.msn.com/
Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, é visto coletiva de imprensa na sede do Ministério, em Brasília, no dia 22 de outubro de 2021
O presidente Jair Bolsonaro chamou de "palhaçada" a comissão que recomendou indiciá-lo por delitos como "crimes contra a humanidade" por sua gestão da pandemia e acrescentou que suas ações prejudicam o Brasil.
 

"Quem tem um pouco de juízo sabe que aquilo foi uma palhaçada", disse em uma entrevista à rádio Jovem Pan nesta quarta-feira (27).

"A CPI causou um estrago. Não em cima de mim, porque eu estou aqui para apanhar também. (...) Mas para fora do Brasil a imagem é péssima. Acreditam que estamos vivendo em uma ditadura, que eu estou prendendo jornalistas, que eu matei gente na covid", acrescentou.

O presidente também alertou que as conclusões da CPI podem desestimular "investir" ou "fazer turismo" no Brasil. "Isso prejudica a todos nós, mexe na Bolsa e mexe no dólar", afirmou.

Na terça-feira, 7 dos 11 senadores que investigaram a gestão governamental da pandemia endossaram o texto apresentado pelo senador Renan Calheiros na semana passada, no qual recomendava o indiciamento do presidente por uma dezena de crimes, entre eles "crimes contra a humanidade", favorecer uma epidemia que resultou em morte e "charlatanismo".

Durante uma visita à Manaus, nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro rebateu as críticas por ter associado as vacinas anti-covid-19 à Aids. No mesmo dia, Bolsonaro classificou a Comissão Parlamentar de Inquérito, que recomendou seu indiciamento pela gestão da pandemia, como 'palhaçada'.

Durante uma visita à Manaus, nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro rebateu as críticas por ter associado as vacinas anti-covid-19 à Aids. No mesmo dia, Bolsonaro classificou a Comissão Parlamentar de Inquérito, que recomendou seu indiciamento pela gestão da pandemia, como 'palhaçada'.


Durante uma visita à Manaus, nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro rebateu as críticas por ter associado as vacinas anti-covid-19 à Aids. No mesmo dia, Bolsonaro classificou a Comissão Parlamentar de Inquérito, que recomendou seu indiciamento pela gestão da pandemia, como 'palhaçada'.

Também pede que sejam indiciadas outras 77 pessoas, incluindo vários ministros e ex-ministros, três dos filhos do presidente e duas empresas.

Após a apresentação do relatório, o presidente recebeu o apoio do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que disse que "o Brasil tem sorte de ter um homem como Jair Bolsonaro trabalhando para o país".

Durante seis meses, a CPI analisou as ações e omissões do governo durante a pandemia, que deixou 606 mil mortos; investigou a morte de dezenas de pacientes por falta de oxigênio em Manaus, irregularidades como a "demora deliberada do governo para comprar vacinas" e a existência de um "gabinete paralelo" de médicos que assessoravam o presidente.

Também levantaram suspeitas de corrupção na compra - não feita - da vacina indiana Covaxin e descobriram o escândalo da Prevent Senior, uma operadora de saúde para idosos acusada de usar pacientes como "cobaias humanas", para testar drogas ineficazes sem seu consentimento e para mascarar o número de mortes causadas pelo coronavírus.

Os senadores entregaram nesta quarta-feira o relatório final ao procurador-geral da República, Augusto Aras, considerado aliado do presidente, e anunciaram que o entregarão a diversas entidades -como a Polícia Federal, o Tribunal de Contas ou o Tribunal Criminal Internacional - para dar continuidade às investigações e eventualmente oficializar as denúncias.

Embora possa ter graves consequências políticas e judiciais, analistas concordam que o impacto da decisão da CPI a curto prazo será "simbólico", porque Bolsonaro ainda tem apoio suficiente no Congresso para evitar um "impeachment" e eles consideram improvável que o procurador-geral decida imputá-lo.


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