MIRACATU – Um dia depois de ser confrontado por autoridades católicas sobre a liberação da compra de armas, o presidente Jair Bolsonaro disse que no Brasil só bandido andava armado e comparou a posse de arma com a liberdade. “Nós devemos nos preocupar com nossa liberdade, o bem maior de uma nação. Sem liberdade não há vida”, disse. Na terça-feira, 12, durante celebração de missa em Aparecida, o arcebispo dom Orlando Brandes afirmou que “pátria amada não é pátria armada”.
Bolsonaro disse que respeita os bispos e todos que tenham uma posição diferente da sua. “O que acontecia no Brasil é que só os marginais e os bandidos tinham arma de fogo. Não pude aprovar a lei como queria, mas alteramos decretos e portaria para que a arma de fogo seja uma realidade.” O presidente esteve em Miracatu, no Vale do Ribeira, nesta quarta-feira, 13, para entregar cerca de 4 mil títulos de regularização fundiária a assentados da reforma agrária na região. Seu irmão, Renato Bolsonaro, exerce o cargo de chefe de gabinete da prefeitura.
Ele reconheceu que o povo brasileiro está sofrendo com a inflação e os preços altos do gás, dos combustíveis e dos alimentos. “Podem reclamar do presidente da República, mas primeiro veja quanto o seu governador está cobrando de ICMS. O valor do tributo federal não foi alterado desde janeiro de 2019. O (governador João Doria, do PSDB) de São Paulo aumentou o ICMS do combustível em plena pandemia.”
Segundo ele, combustíveis e gás estão subindo em todo o mundo e seria a conta que o mundo está pagando “da política covarde e criminosa que é aquela do fiquem em casa que a economia vem depois.” Ele se vangloriou de ter sido talvez o único presidente no mundo todo a se insurgir contra as medidas restritivas e disse que é contra a vacinação obrigatória contra a covid-19.
“Nosso governo comprou todas as vacinas que ainda são distribuídas no Brasil, nenhum governador comprou uma dose sequer, e estamos oferecendo de forma voluntária a aqueles que quiserem tomar.”