"Esses ajustes são importantes para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras", complementou a empresa. Esse argumento tem sido recorrentemente usado para justificar suas altas de preços, em meio às pressões políticas.
Nesta sexta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do País, subiu 1,16% em setembro, a maior desde o início do Plano Real, sob pressão dos aumentos na energia elétrica, gasolina, passagem aérea e gás de botijão. No acumulado em 12 meses, a inflação já chega a 10,25%.
Os reajustes da Petrobras estão no alvo do debate em Brasília. A empresa até segurou o preço da gasolina por 58 dias e o do GLP por 98 dias. Mas, frente às oscilações externas do petróleo e do câmbio e da cobrança do mercado financeiro para que não ceda a intervenções do governo, como no passado, a petrolífera anunciou os novos reajustes nesta sexta-feira.
Na semana passada, o presidente da companhia, Joaquim Silva e Luna, convocou uma coletiva de imprensa às pressas para dizer que, apesar das pressões, manterá a política de Preço de Paridade de Importação (PPI), por meio da qual mantém os preços dos seus produtos equiparados aos de concorrentes importadores. Após sua fala, os presidentes da República, Jair Bolsonaro, e da Câmara, Arthur Lira, passaram a direcionar o ataque ao ICMS cobrado pelos Estados, esses sim, segundo eles, os verdadeiros responsáveis pelos altos preços dos combustíveis.
Na composição do preço dos combustíveis entram, além do ICMS, a fatia da Petrobras; a cobrança dos tributos federais Cide e PIS/Pasep e Cofins; a fatia da distribuição e revenda; e ainda o custo do etanol anidro, no caso da gasolina, e do biodiesel, no caso do óleo diesel.