Os Estados Unidos anunciaram, na tarde desta segunda-feira (30), o fim da retirada de cidadãos norte-americanos e aliados do Afeganistão. O anúncio foi feito pelo general Kennth “Frank” McKenzie, durante coletiva de imprensa no Pentágono, e marca a saída militar do país após quase 20 anos de ocupação.
Segundo o chefe do Comando Central dos EUA, mais de 123 mil pessoas foram resgatadas desde o dia 14 de agosto, um dia antes do Talibã retomar o controle do país.
A missão dos EUA encerrou dentro do prazo final de 31 de agosto estabelecido atual governo do Afeganistão.
“Estou aqui para anunciar a conclusão de nossa retirada do Afeganistão e o fim da missão para resgatar cidadãos americanos, nacionais de países terceiros e afegãos vulneráveis. O último C-17 decolou do Aeroporto Internacional Hamid Karzai em 30 de agosto, às 15h29, e a última aeronave tripulada está liberando o espaço acima do Afeganistão”, disse McKenzie.
No anúncio desta segunda-feira (30), o general McKenzie disse ainda que os EUA continuarão a missão do que ele chamou de “retirada diplomática”.
“Enquanto a evacuação militar é concluída, a missão diplomática para garantir mais cidadãos americanos e afegãos que desejam partir continua”, disse ele.
O general reconheceu que os militares dos EUA “não tiraram todos que queríamos”.
“Quero enfatizar mais uma vez que, simplesmente porque partimos, isso não significa oportunidades para os americanos que estão no Afeganistão que querem partir e para os afegãos que querem partir. Essa oportunidade não será negada a eles ”, acrescentou McKenzie.
“Acho que se tivéssemos ficado mais 10 dias, não teríamos tirado todos que queríamos e ainda haveria pessoas que ficariam desapontadas com isso. É uma situação difícil”, disse.
A missão de retirada tornou-se ainda mais perigosa quando um ataque suicida reivindicado pelo Estado Islâmico-K, inimigo tanto dos EUA quanto do Talibã, matou mais de 170 pessoas na última quinta-feira, sendo 13 militares americanos, que esperavam próximos aos portões do aeroporto de Cabul no Afeganistão.
No domingo (30), o governo do presidente Joe Biden revidou e ao menos 10 pessoas — incluindo seis crianças — foram mortas em um ataque de drone dos Estados Unidos contra um veículo em um bairro residencial de Cabul, no Afeganistão.
A investida norte-americana visava um suposto homem-bomba do Estado Islâmico-K que representava uma ameaça “iminente” ao aeroporto, disse o Comando Central dos EUA.
Nesta segunda-feira (30), até cinco foguetes foram disparados contra o Aeroporto Internacional Hamid Karzai, em Cabul, disse um funcionário do governo dos Estados Unidos à CNN Internacional.
Um sistema de defesa instalado no aeroporto na capital afegã, conhecido como C-RAM, interceptou os foguetes, disse a fonte. Não há relatos de vítimas até o momento. Segundo o funcionário, os foguetes direcionados ao aeroporto provavelmente foram lançados pelo Estado Islâmico-K, mas advertiu que ainda cedo para ter certeza.
Na manhã desta segunda-feira, a Casa Branca já havia dito à CNN Internacional que cerca de 1.200 pessoas foram retiradas da capital nas últimas 24 horas, quase inteiramente em voos militares dos EUA.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi informado durante a noite deste domingo (29) sobre um ataque com foguete no aeroporto de Cabul.
De acordo o secretário de imprensa Jen Psaki, Biden foi informado que as operações continuam “ininterruptas no HKIA (Aeroporto Internacional Hamid Karzai)”.
“Ele [o presidente dos EUA] reconfirmou sua ordem para que os comandantes redobrem seus esforços para priorizar fazer o que for necessário para proteger nossas forças no terreno”.
(Com informações da CNN Internacional)