A reportagem mostra uma troca de e-mails entre o dono de uma pousada, Stelvio Bruni Rosi, e o senador Flávio Bolsonaro. Na mensagem, Rosi tentava marcar uma reunião com o parlamentar e representantes do laboratório Vaxxinity, fabricante de um imunizante contra a Covid-19 – que não tem aprovação de nenhuma autoridade sanitária do mundo. O processo teve andamento no Ministério da Saúde, e em caráter reservado.
“O escândalo envolvendo Flávio tem semelhanças com casos investigados pela CPI”, afirma o senador Humberto Costa (PT-PE), titular da comissão. “O caso chama a atenção por vários aspectos nebulosos, mas o que mais salta aos olhos são as inúmeras semelhanças de irregularidades que este caso guarda em relação aos outros escândalos que já estão sendo investigados pela CPI no Senado”.
Outro fator que fez com que os senadores passassem a discutir a possibilidade de esticar a apresentação do relatório foram os depoimentos colhidos pela CPI nesta semana.
Em depoimento prestado nesta quinta-feira (26), José Ricardo Santana, ex-secretário-executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), vinculada à Anvisa, ficou em silêncio quando questionado sobre quem seria “o senador” que aparece citado em mensagens que ele trocou com o advogado Marconny Albernaz, apontado como lobista da Precisa.
No texto, em posse da CPI, Santana afirma a Albernaz que ele e o coronel Marcelo Blanco, ex-assessor de Roberto Dias no Ministério da Saúde, teriam uma reunião com “um senador” para “desatar o nó” no processo de negociação de testes de covid-19.
Reservadamente, a cúpula da comissão tem duas suspeitas de quem seja o tal senador. Uma delas seria justamente o filho 01 do presidente Jair Bolsonaro.