Ao menos quatro Estados e duas capitais devem se antecipar ao Ministério da Saúde e começar a aplicação da terceira dose antes do dia 15 de setembro. Em São Luís, no Maranhão, o reforço começou nesta quinta-feira, 26. A necessidade da dose extra foi anunciada na quarta-feira pelo ministro da Saúde Marcelo Queiroga. Países como Estados Unidos, Chile e Israel já adotaram a medida.
Na capital maranhense, o reforço é destinado a idosos acima de 70 anos e imunossuprimidos que vivem em instituições de longa permanência. O calendário para os demais grupos elegíveis será anunciado ao longo da semana. Segundo a prefeitura, todas as pessoas que tomaram a segunda dose há pelo menos seis meses. As pessoas com o sistema imunológico enfraquecido podem procurar a terceira dose 28 dias após a aplicação da segunda.
O próximo Estado a começar a aplicação da terceira dose é o Mato Grosso do Sul. A partir desta sexta, idosos acima de 80 anos que receberam a Coronavac há mais de seis meses e idosos com mais de 60 anos que vivem em instituições de longa permanência receberão uma dose extra da Pfizer.
Em Santa Catarina, o reforço começará no dia 1º de setembro. O público-alvo são os idosos acima de 70 anos que tomaram a segunda dose há pelo menos seis meses. A imunização será feita de forma escalonada, começando com as pessoas acima de 85 anos. Eles serão vacinados preferencialmente com o imunizante da Pfizer.
Goiás também dará início ao reforço na próxima semana, mas não especificou a data. A vacinação começará com idosos acima de 70 anos que vivem em instituições de longa permanência. O Estado usará a vacina da Pfizer para complementar o esquema vacinal.
O Estado de São Paulo marcou para o dia 6 de setembro o início da aplicação da terceira dose. O reforço será destinado a idosos acima de 60 anos que tenham recebido a segunda dose da vacina há pelo menos seis meses. O reforço será feito com qualquer vacina contra a covid-19 aprovada pela Anvisa.
A cidade do Rio anunciou a aplicação da dose extra para o dia 1º de setembro. A vacinação começará com os idosos residentes em instituições de longa permanência e, de forma escalonada, será estendida a todos os idosos que tomaram a segunda dose há pelo menos seis meses. O reforço será feito com doses da Pfizer ou AstraZeneca.
Outros 18 Estados estão aguardando mais informações por parte do Ministério da Saúde. O Espírito Santo afirmou que pretende começar a aplicar a dose extra em setembro, mas não soube informar se será antes ou depois do dia 15. A maioria dos Estados disse que ainda não foi comunicada oficialmente sobre a necessidade da terceira injeção. Alagoas, Amapá, Minas Gerais e Sergipe não responderam. O levantamento foi feito pelo Estadão junto às secretarias estaduais e municipais de Saúde em 26 de agosto.
Na quarta-feira, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, havia pedido que os Estados e municípios cumpram as diretrizes do Programa Nacional de Imunizações (PNI). “É fundamental que os Estados e municípios deem os braços ao Ministério da Saúde e ao Programa Nacional de Imunizações. Assim, chegaremos mais rápido no nosso objetivo de imunizar, com as duas doses da vacina, até 75% da população adulta até outubro”, disse.
Os especialistas afirmam que é necessário vacinar 70% da população total, e não apenas da população adulta, para conseguir frear o vírus. Isso significa imunizar com as duas doses todos os brasileiros acima de 20 anos.
Terceira dose
As discussões sobre a necessidade de uma terceira dose da vacina contra a covid-19 surgiram no fim do primeiro semestre deste ano. Estudos sugerem que a proteção conferida pela vacina diminui ao longo do tempo, por isso a dose extra seria necessária. O surgimento da variante delta, mais transmissível que as demais, também justifica o reforço.
Os Estados Unidos e Israel já começaram a aplicar a dose de reforço em sua população. No Chile, os idosos que receberam duas doses da Coronavac estão sendo vacinados com uma dose extra da AstraZeneca. O Reino Unido deve começar uma campanha semelhante em setembro para que a população mais vulnerável esteja protegida antes do inverno.
A Organização Mundial de Saúde é contra a aplicação da terceira dose neste momento. Na última semana, o diretor-geral da instituição, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu aos países que adiem a dose extra para que os insumos possam chegar a países onde nem mesmo os profissionais de saúde e as populações de risco foram imunizados ainda. “A distância entre os que têm e os que não têm [acesso à vacina] só se tornará maior caso os fabricantes e líderes priorizem doses de reforço no lugar de fornecer o insumo a países de média e baixa renda”, disse.