O COB (Comitê Olímpico do Brasil) considerou uma violação das regras o fato de os jogadores da seleção masculina de futebol subirem no pódio para receber as medalhas de ouro com camisas da Nike, empresa americana de material esportivo que patrocina a CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
O acordo era que, como todos os demais atletas da delegação do país nas Olimpíadas de Tóquio, a equipe usaria, em caso de conquista de medalha, roupas da Peak, companhia chinesa que patrocina o COB.
Competidores que conquistaram medalhas pelo Brasil em diferentes esportes cumpriram o trato, menos o futebol masculino. Neste sábado (7), no horário japonês, Isaquias Queiroz (canoagem) e Hebert Conceição (boxe) também saíram vitoriosos e ganharam o ouro. No pódio e em entrevistas, usaram material da Peak.
Já a equipe comandada por André Jardine, após chegar ao bicampeonato olímpico por 2 a 1 contra a Espanha, foi ao pódio com camisas da Nike, as mesmas com as quais atuaram na partida em Yokohama. O agasalho da patrocinadora do COB, por sua vez, ficou amarrado na cintura, sem que fosse possível ver a marca da fornecedora chinesa. O item na cintura por vezes também escondia o símbolo da Peak na calça.
A Nike é a mais antiga parceira da CBF e fornece o material esportivo da seleção desde 1995. A empresa americana também tinha contrato com o COB, mas o acordo não foi renovado depois da Rio-2016.
Desconhecida no mercado brasileiro, a Peak é uma das três maiores fabricantes de material esportivo da China, onde está sua sede. Pelo acordo com o COB, os atletas deveriam vestir as roupas no pódio e em cerimônias oficiais. Fora desses eventos, os competidores podem usar material do seu patrocinador pessoal ou da confederação da modalidade.
O valor do contrato da empresa chinesa com o COB não foi divulgado. De acordo com o blog Olhar Olímpico, do UOL, o acordo não envolve dinheiro, mas o fornecimento dos uniformes. A companhia também tem acordo com os comitês nacionais de Eslovênia, Islândia, Nova Zelândia, Romênia e Ucrânia.