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04/08/2021 às 21h46min - Atualizada em 04/08/2021 às 21h46min

Lula planeja posição oficial aos militares para conter rejeição

A ideia de formalizar e institucionalizar uma relação de Lula com os militares vem sendo costurada há algumas semanas

Por Caio Junqueira, CNN
https://www.cnnbrasil.com.br/
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Foto: Rahel Patrasso/Reuters

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja um documento público na qual pretende fazer uma sinalização política a militares. A ideia de formalizar e institucionalizar uma relação de Lula com os militares vem sendo costurada há algumas semanas.

O plano inicial era que o documento fosse feito e divulgado apenas em 2022, mas o aumento do tensionamento político no país e os sinais claros de que militares rejeitam o retorno do petista ao palácio do Planalto têm feito com que seu entorno defenda que seja lançado ainda neste ano. Não há, porém, decisão tomada sobre prazos.

O ex-presidente pretende deixar claro seu respeito às Forças Armadas, defender a soberania nacional e elencar a relação que seu governo teve com a caserna. O objetivo de Lula é deixar claro que seu governo foi o período em que houve maior aporte orçamentário de todos os tempos -- algo que os próprios militares reconhecem.

Petistas avaliam que o gesto necessário para sinalizar que um eventual retorno de Lula à relação seria pacífica, algo que também tem sido questionado pelos militares. Hoje, o ex-ministro da Justiça e do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, é a principal ponte de Lula com os militares, mas ex-ministros da Defesa, como Celso Amorim, também têm ajudado no debate sobre o modelo ideal dessa aproximação.

Mas segundo fontes próximas ao ex-ministro Jobim, ele está preocupado porque não tem encontrado abertura entre os militares.

A rejeição dos militares é baseada nas condenações pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva além dos processos do tríplex do Guarujá e do sítio de Atibaia, todos ligados à Operação Lava Jato. O ex-presidente foi condenado em segunda instância e chegou a ficar preso por 580 dias.

Procurada, a assessoria do ex-presidente disse que não iria se manifestar.


 


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