Foi um vexame sem tamanho, como há muito não se via em fóruns internacionais. Como o Brasil é um dos poucos países grandes do mundo a não ter ministro da Cultura, foi Gilson Machado, o do Turismo, quem o representou na primeira Conferência dos Ministros da Cultura do G20, na Itália.
Assumiu uma postura desafiadora ao bradar para os demais ministros perplexos:
“Muitas pessoas não sabem, mas 66% do território brasileiro se encontram do mesmo jeito que estava quando Jesus veio à Terra. 84% da Amazônia brasileira… Isso é um tabu aqui. Alguém aqui já esteve na Amazônia? Alguém já esteve na Amazônia?”
O mais próximo que ele passou dos temas pertinentes ao encontro foi quando disse que a pandemia gerou aceleração do processo de digitalização de documentos no Brasil e destacou o Carnaval e a Festa do Peão de Barretos como contribuições nacionais à Cultura universal. Citou a reforma de igrejas e de monumentos históricos.
Por fim, ao assinar a declaração conjunta dos ministros, fingiu não ver, ou então não se deu conta de que ela recomenda o combate a fake news e ao discurso do ódio nas redes sociais, prega a proteção a comunidades indígenas e defende medidas pela igualdade de gênero. Tudo na contramão do bolsonarismo.