O Brasil passou por sensações distintas nesta sexta-feira (30) nas modalidades de luta das Olimpíadas 2020. Por um lado, no boxe, comemorou a medalha de Abner Teixeira, que está garantido nas semifinais, e a classificação da campeã mundial Beatriz Ferreira para as quartas.
No judô, no entanto, o país lamentou a grave lesão no joelho que tirou Maria Suelen Altheman dos Jogos Olímpicos, onde ainda tentaria conquistar o bronze na categoria pesado.
Boxe: pelo menos um bronze
Abner Teixeira precisou controlar o ímpeto de Hussein Iashahish no início da luta que valia uma vaga entre os quatro melhores da categoria pesado (até 91 kg). O jordaniano partiu para cima do brasileiro logo de cara, desferindo uma série de golpes, mas Abner reverteu a situação a partir do segundo round. Quatro dos cinco juízes consideraram o brasileiro o vencedor da luta.
"No primeiro round, o cara veio como um trator para cima de mim. No segundo, eu consegui equilibrar, peguei uns contragolpes bem encaixados no corpo, porque vi que ele estava sentindo"
Abner Teixeira, ao Olimpíada Todo Dia
A vitória já garantiu uma medalha para Abner - a sexta da modalidade para o Brasil na história dos Jogos. Como não há disputa pelo bronze, os dois lutadores derrotados na semifinal ficam com uma medalha.
A outra boa notícia do boxe brasileiro nesta sexta veio com Beatriz Ferreira, campeã mundial em 2019 e candidatíssima ao ouro da categoria leve (até 60 kg). Ela foi soberana no combate contra a taiwanesa Wu Shih-Yi e se classificou para as quartas. Abner e Bia voltam ao ringue olímpico na próxima terça-feira, quando enfrentam, respectivamente, o cubano Julio La Cruz e a uzbeque Raykhona Kodirova.
Nesta sexta, houve a participação de outro boxeador brasileiro: o meio-pesado (até 81 kg) Keno Marley, eliminado nas quartas com uma derrota para o britânico Benjamin Witthaker.
O último dia do judô individual teve uma cena triste e impressionante vivida pela brasileira Maria Suelen Altheman, que sofreu uma grave lesão no joelho esquerdo durante a derrota para a francesa Romance Dicko e está fora das Olimpíadas.
Suelen foi retirada de maca do tatame e passará por uma cirurgia quando chegar ao Brasil, segundo a Confederação Brasileira de Judô. Como havia vencido na estreia da categoria acima dos 78 kg, Suelen ainda tinha chance de conquistar o bronze pela repescagem.
Ela também estava inscrita no time brasileiro que participa da disputa por equipes, na noite desta sexta, na despedida do judô em Tóquio. É a última tentativa do Brasil de melhorar sua participação nos Jogos - limitada, até agora, a duas medalhas de bronze de Daniel Cargnin e Mayra Aguiar.
O outro judoca brasileiro que lutou nesta sexta foi Rafael Silva, o Baby, eliminado nas quartas de final e também na repescagem da categoria acima dos 100 kg. No último combate, perdeu para Teddy Riner, campeão olímpico em 2012 e 2016. O francês, por sua vez, viu o fim de sua supremacia entre os pesados em Tóquio e precisou se contentar com a medalha de bronze.
Foi sofrido, de novo. E a seleção feminina de futebol não conseguiu terminar no pódio nas Olimpíadas ao cair, nos pênaltis, diante do Canadá, após um 0 a 0 arrastado no tempo normal e na prorrogação.
A goleira Bárbara até deu esperanças ao Brasil ao defender o primeiro pênalti, batido pela estrela canadense Sinclair. Mas as cobranças desperdiçadas por Andressa Alves e Rafaelle selaram a derrota por 4 a 3 para as adversárias, que já haviam tirado o bronze da seleção nos Jogos do Rio-2016.
Ainda no gramado, Marta, 35 anos, foi questionada pela TV Globo se essa poderia ter sido sua última participação pela seleção brasileira - algo que ela não conseguiu responder naquele momento.
"Não sei, não consigo te dar essa resposta agora. Eu estou com a cabeça a mil, com muitas coisas passando pela cabeça. Vou deixar essa resposta para depois"
Marta, à TV Globo
A manhã desta sexta-feira (30) ficou marcada pela estreia de Bruno Fratus, grande esperança de medalha da natação brasileira, nos 50 m livre. O vice-campeão mundial avançou à semifinal com o quarto lugar geral, com o tempo de 21:67. O líder da classificatória foi o norte-americano Caeleb Dressel, bicampeão mundial, que marcou 21:32 e ficou a 2 centésimos do recorde olímpico de Cesar Cielo.
O dia também teve as participações brasileiras de Etiene Medeiros (50 m livre) e Guilherme Costa (1500 m livre), além do revezamento 4x100 m medley masculino. Neste último, a equipe formada por Guilherme Guido, Felipe Lima, Vinicius Lanza e Marelo Chierighini foi desclassificada.
Um recorde mundial caiu na final dos 200 m peito: Tatjana Schoenmaker, da África do Sul, garantiu o ouro e a marca com o tempo de 2min18s95.
Um líder do ranking mundial caiu nesta sexta: o sérvio Novak Djokovic, que caiu diante do alemão Alexander Zverev na semifinal do torneio de simples por 2 sets a 1. Depois de aplicar 1/6 no set inicial, o sérvio tomou uma virada surpreendente e perdeu as duas parciais seguintes por 6/3 e 6/1.
Das quatro duplas brasileiras no vôlei de praia dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, apenas uma terminou a fase de grupos com três vitórias e nenhuma derrota: Evandro e Bruno Schmidt, que bateram os poloneses Michael Bryal e Grzgorz Fijaek por 2 sets a 1 (19/21, 21/14 e 17/15). Os brasileiros garantiram a vaga e terminaram como líderes do grupo E.
"Na fase de grupos, é importante botar o time à prova"
Bruno Schmidt, ao Olimpíada Todo Dia
Virada e reabilitação no vôlei masculino
Após perder para os russos, a seleção masculina de vôlei conseguiu se recuperar com uma vitória por 3 sets a 1 sobre os Estados Unidos (30/32, 25/23, 25/21 e 25/20). A equipe volta a jogar no sábado, quando vai encarar a França a partir das 23h05 (de Brasília).