A reunião entre os presidentes dos três Poderes da República foi marcada para esta quarta-feira (14) às 11h no Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Participarão o presidente Jair Bolsonaro; o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux; e os presidentes da Câmara e do Senado -- Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), respectivamente.
Ontem, o presidente do Supremo disse ter combinado com o presidente Jair Bolsonaro uma reunião entre os Três Poderes para "combinarmos balizas sólidas para a democracia".
Fux teve um reunião nesta segunda-feira (12) com Bolsonaro. "Convidei o presidente da República para uma conversa diante dos acontecimentos. Debatemos quão importante é para democracia brasileira o respeito às instituições e os limites impostos pela Constituição Federal. O presidente entendeu", disse.
Nas últimas semanas, o presidente atacou ministros do STF que integram o Tribunal Superior Eleitoral, voltou a levantar dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral e chegou a dizer que as eleições de 2022 poderiam não acontecer.
Bolsonaro retomou na semana passada as críticas principalmente ao ministro Luís Roberto Barroso, que preside o TSE, alvo frequente de acusações do presidente da República. Em entrevista a uma rádio, Bolsonaro acusou Barroso de querer “destruir a nossa democracia” e chamou o magistrado de um “péssimo ministro”.
Após sair do encontro com Fux, Bolsonaro também falou à imprensa e admitiu ter "um problema" com Barroso.
"Eu estou com um problema aqui com um ministro, o que é normal e pode acontecer. Ele está tendo um ativismo legislativo que não é concebível, na questão do voto impresso", disse. "Eu acredito que nós ao apresentarmos e lutarmos por mais uma maneira de tornar as eleições mais transparentes deveria ser digno de aplausos".
Ele também voltou a defender a impressão dos votos. "Paulo Guedes já disse que tem R$ 2 bilhões para comprar maquininhas para imprimir o voto no ano que vem. Não é retorno ao voto em papel, é uma maquininha que imprime o voto", declarou. "Três países somente usam esse sistema, o Brasil, Bangladesh e Butão. Algo está errado e queremos transparência".
Segundo o TSE, em 25 anos de uso da urna eletrônica, não houve nenhuma fraude comprovada nas eleições.
Bolsonaro ao lado de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado, e Luiz Fux, presidente do STF
Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo