Presidentes de oito partidos da chamada terceira via divulgaram uma nota em defesa da democracia e do direito do voto após as declarações do presidente Jair Bolsonaro de sexta-feira, 9. Na nota, os dirigentes, incluído o do ex-partido de Bolsonaro, o PSL, ameaçam fazer oposição ao governo.
“Quem se colocar contra esse direito eleições de livre escolha do cidadão terá a nossa mais firme oposição”, dizem os presidentes de partidos ACM Neto (DEM), Baleia Rossi (MDB), Bruno Araújo (PSDB), Eduardo Ribeiro (Novo), José Luís Penna (PV), Luciano Bivar (PSL), Paulinho da Força (Solidariedade) e Roberto Freire (Cidadania).
Na manhã de ontem, Bolsonaro voltou a atacar as instituições eleitorais e os ministros do Supremo, com destaque para o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, que já declarou abertamente ser contrário ao voto impresso – principal pauta encampada pelo presidente à medida em que sua popularidade se esvai e a CPI da Covid avança na apuração de atos de corrupção envolvendo o governo federal. Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, ele chamou o presidente do TSE de “imbecil”.
Na nota, os presidentes de partidos falam também sobre a democracia. “A Democracia é uma das mais importantes conquistas do povo brasileiro, uma conquista inegociável. Nenhuma forma de ameaça à Democracia pode ou deve ser tolerada. E não será. Nas últimas três décadas, assistimos a muitos embates políticos, tivemos a sempre salutar alternância de Poder, soubemos conviver com as diferenças e exercer com civilidade e responsabilidade o sagrado direito do voto”, escrevem.
Esse mesmo grupo de dirigentes partidários divulgou nas últimas semanas uma carta contrária à adoção do voto impresso, proposta em discussão na Câmara. Na nota deste sábado, 10, eles reafirmaram a confiança no sistema atual de votação.
“Temos total confiança no sistema eleitoral brasileiro, que é moderno, célere, seguro e auditável. São as eleições que garantem a cada cidadão brasileiro o direito de escolher livremente seus representantes e gestores. Sempre vamos defender de forma intransigente esse direito, materializado no voto.”