Ao proferir seu voto, com direito a justificá-lo, Teca Nelma afirmou que “sem dúvidas e sem medo, eu digo não ao presidente genocida”. Em seguida, o vereador Fábio Costa informou que solicitaria ao presidente da Câmara a censura da fala de Teca Nelma e, mais uma vez, colocou em dúvida os conhecimentos da vereadora ao questionar que “talvez ela não saiba qual o significado da palavra genocida”.
“Mais uma vez eu sou atacada dentro dessa casa pelo meu gênero. Mais uma vez o meu conhecimento está sendo colocado em cheque. Não foi a primeira vez que passo por isso, como vereadora. Sempre que eu profiro algo que não é comum aceito pelos vereadores homens dessa casa, a primeira palavra que eles falam é ‘não sei se a senhora sabe do que está falando’. Eu vim aqui eleita pelo povo, democraticamente. Eu tenho liberdade de expressão para proferir os meus posicionamentos. E não vai ser com ameaças de nenhum vereador que eu vou ter a minha fala cerceada”, disse a vereadora.
Teca Nelma disse aos pares que não estamos mais no período de ditadura militar e reforçou que tem imunidade para proferir o seu discurso. “Nós podemos discordar em diversas coisas, mas eu jamais pedi pra ninguém aqui ser censurado. Fico triste em 2021 ainda estar aqui sendo pedido censura à minha fala. Eu tenho imunidade para proferir o meu discurso. Eu me sinto mais uma vez atacada nessa casa, por ter meu pedido de fala cerceado. Isso não vai acontecer. Eu vou estar sempre aqui defendendo a população de Maceió, que merece muito mais do que a votação desse título. E aqui, contem comigo, porque essa voz não vai ser calada por homem nenhum”, reafirmou a vereadora.
O vereador Fábio Costa foi além e afirmou que irá oficiar à presidência da república e a Advocacia Geral da União, sobre a fala de Teca Nelma. “Vou solicitar a íntegra da fala dela (...) e também vou oficiar o Conselho de ética daqui da Câmara, para saber se de repente a vereadora Teca Nelma não incorreu em quebra de decoro ao usar essa infeliz expressão na sessão de hoje”.
Alguns vereadores saíram em defesa da vereadora Teca Nelma e reforçaram que ela tem imunidade para se expressar. “Não podemos permitir que isso se torne uma caça às bruxas”, disse o vereador Dr. Cléber Costa.
Na primeira discussão, 6 vereadores votaram contra o título, 17 a favor e 2 se abstiveram do voto. Em seguida, o vereador Leonardo Dias solicitou sessão extraordinária para segunda discussão da matéria, onde foram mantidos os votos.