SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A organização da Olimpíada de Tóquio anunciou nesta semana que não haverá distribuição de camisinhas para os atletas durante sua estada na vila olímpica. A medida visa conter a interação entre os desportistas por causa da pandemia de coronavírus.
Os atletas ainda receberão os preservativos, que são tradição desde os Jogos de Seul, em 1998, para conscientização sobre sexo seguro, mas apenas quando deixarem o Japão. Cerca de 150 mil camisinhas serão distribuídas nessas circunstâncias.
As normas implementadas pela organização dos jogos visam "evitar qualquer contato físico desnecessário" entre os atletas. Além do veto à distribuição dos preservativos durante os Jogos, os atletas também não poderão consumir álcool em grupo. Quem descumprir as regras pode ser multado, desqualificado das competições ou até mesmo deportado.
A vila olímpica de Tóquio tem capacidade para abrigar até 18 mil hóspedes. Outras restrições por causa da pandemia também acontecerão, como o funcionamento com ocupação reduzida do refeitório. Além disso, a organização também recomenda que os atletas deixem as janelas abertas e mantenham seus quartos ventilados.
Foi, ainda, instalada uma clínica, separada das demais instalações médicas do complexo, para casos de febre. De acordo com Takashi Kitajima, diretor da vila olímpica, assim, casos suspeitos de coronavírus poderão ficar isolados.
Durante os Jogos, os atletas terão de fazer testes capazes de detectar o vírus todos os dias e serão obrigados a usar máscaras quando não estiverem competindo.
A realização da Olimpíada de Tóquio, que já foi adiada em um ano, durante um momento de pandemia, divide os japoneses. De acordo com pesquisa de maio, 43% deles defendiam o cancelamento da competição e 40% pediam ao menos um novo adiamento. Ou seja, mais de 80% não querem a realização do evento entre 23 de julho e 8 de agosto.
Neste domingo (20), 784.384 pessoas já haviam testado positivo para Covid-19 no Japão desde o início da pandemia. Desses, 14.353 morreram. Na última semana, houve 10.144 contágios e 362 mortes. Apenas 6,23% da população do país já está completamente vacinada. Os dados são da Universidade Johns Hopkins.