Manifestações contra o governo de Jair Bolsonaro ocorreram neste sábado (19) em capitais pelo Brasil. Os manifestantes pedem mais vacinas contra o coronavírus, a volta do auxílio emergencial no valor de R$ 600, mudanças na política ambiental e o impeachment do presidente.
Os atos foram registrados em 25 capitais e no Distrito Federal ao longo do dia, segundo levantamento da Agência CNN. Entre as capitais estão Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (PB), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio Branco (AC) e Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP), Teresina (PI) e Vitória (ES). Cidades do interior também registraram manifestações.
Florianópolis foi a única capital sem ato neste sábado. A manifestação na capital de Santa Catarina foi adiada devido à forte chuva.
As manifestações ocorreram no dia em que o Brasil ultrapassou a marca de 500 mil mortos pela Covid-19. Neste sábado, o governo Bolsonaro também completa 900 dias.
Em Manaus (AM), os protestos se concentraram na praça da Saudade, no centro da capital. Os manifestantes percorreram ruas do centro e chegaram ao Largo de São Sebastião, em frente ao Teatro Amazonas. Os participantes protestaram contra o governo do presidente Jair Bolsonaro e cortes da educação. Entre os pedidos estavam mais investimento na ciência, meio ambiente e vacina contra a Covid-19 para todos.
Em Salvador (BA), os manifestantes se reuniram no Largo Campo Grande, no centro, para um ato contra o governo do presidente Jair Bolsonaro e a favor da vacinação para todos contra a Covid-19. A concentração começou por volta das 14h, os participantes seguiram em caminhada até o Farol da Barra. Centrais sindicais e movimentos estudantis formaram a linha de frente do grupo. A manifestação na capital baiana foi acompanhada pela PM e ocorreu de forma pacífica.
Em Brasília, dois movimentos foram organizados entre 8h e 9h. Na Esplanada dos Ministérios, ocorreu uma passeata. Os manifestantes fizeram um percurso com faixas e bandeiras. Uma carreata também ocorreu tendo como destino final a Esplanada dos Ministérios. Segundo os organizadores, até 30 mil pessoas participaram. A PM do Distrito Federal disse em nota que o ato ocorreu de forma pacífica e que não tem estimativa de público. O único registro foi o de carros estacionados fora do local permitido.
Em Vitória (ES), os manifestantes se concentraram no teatro da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), e percorreram as ruas da cidade.
Em Goiânia, a concentração aconteceu na sede do governo estadual. Os organizadores não têm estimativa de quantas pessoas compareceram ao ato.
A manifestação foi organizada por mais de 100 entidades e contou com o apoio de três carros de som. Durante o percurso, foram exibidos cartazes e palavras de ordem contra a condução da pandemia por Bolsonaro. Em menor quantidade, também houve repúdio à alta de preços de alimentos e combustível.
O protesto também destacou o número de mortes por coronavírus no Brasil, que alcançou os 500 mil.
Em Belo Horizonte, a manifestação aconteceu à tarde com concentração na Praça da Liberdade. A Polícia Militar disse que não teve nenhum planejamento especial e que não divulgará estimativa de público.
Em maior número que no protesto de 29 de maio, manifestantes se reuniram na região central de São Luís, no Maranhão. Com faixas e cartazes com frase "Fora Bolsonaro, presidente genocida", manifestantes pediram a renúncia de Bolsonaro e teceram críticas ao seu governo, pedindo celeridade nas medidas de prevenção contra a covid-19.
"O país está passando por um momento difícil e o desemprego aumentando. Somos contra as reformas que esse governo está implantando no Brasil e a favor de uma política mais séria em relação à vacinação contra a covid-19. E, hoje, estamos nas ruas também para reivindicar ao presidente que retorne com o auxílio emergencial de R$ 600", afirmou o servidor federal Raimundo Pereira.
Entidades e partidos políticos como UNE, UBES, CUT, UJS, CTB, PSTU, PCO, PSOL, PT e Sinproesemma também participaram do ato, que teve fim na praça Maria Aragão.
Mato Grosso do Sul
Membros da sociedade civil, lideranças sociais, pessoas ligadas a movimentos populares e estudantis organizaram uma manifestação contra o governo do presidente Jair Bolsonaro em Campo Grande (MS), neste sábado (19). O grupo saiu da Praça do Rádio e percorreu as principais ruas da cidade pedindo principalmente por mais vacinas.
Em Belém, os manifestantes pediram a ampliação da vacinação e criticaram a postura do governo no combate à pandemia.
Em dia de frio e chuva, manifestantes contra o governo do presidente Jair Bolsonaro se reuniram em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no centro de Curitiba (PR).
Em Pernambuco, os manifestantes utilizaram máscaras. Segundo os organizadores, 10 mil pessoas se reuniram. Em maio, em protesto similar ocorrido no Recife, policiais atiraram balas de borracha e spray de pimenta contra manifestantes. Duas pessoas que não participavam do ato perderam parte da visão.
Os manifestantes também cobraram uma reposta da secretaria de segurança do estado pernambucano sobre o ocorrido em maio. O ato começou 9h30 e acabou por volta de 12h15.
Rio de Janeiro
No Rio, uma passeata aconteceu na região onde fica o Monumento a Zumbi dos Palmeiras, na Avenida Presidente Vargas. A pista foi interditada para a marcha, que teve início às 11h15. Guardas municipais e policiais militares acompanharam o protesto e orientaram o trânsito na região. Os organizadores distribuíram máscaras para os participantes do ato.
Em Porto Alegre, as manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro e a favor da vacina também defenderam medidas como o uso de máscara. A concentração foi no Largo Glênio Peres.
A manifestação em São Paulo aconteceu na tarde deste sábado, na Avenida Paulista, na região do MASP.
Pouco menos de 20 minutos antes das 16h, horário marcado para o início da manifestação, uma concentração de pessoas já havia sido formada. Houve uma concentração de participantes em frente ao prédio da Fiesp. A maior parte dos manifestantes utilizava máscara e tentava atender às recomendações para manter o distanciamento. Os participantes caminharam no sentido da Consolação, rumo à praça Roosevelt.
Segundo a SPTrans, 43 linhas tiveram seus itinerários alterados por conta de manifestação com deslocamento pela Alameda Santos e Praça Oswaldo Cruz, na região central. Tanto no sentido Consolação quanto no sentido Vila Mariana, o trânsito foi totalmente bloqueado.
Em notas divulgadas pela Polícia nos estados onde ocorrem as manifestações, nenhum incidente grave foi registrado. Sobre o público presente, a Polícia não divulgou a estimativa até a noite de sábado.
(Com informações de Ludmila Candal, Victória Cócolo, Henrique Andrade, Bianca Camargo, Adriana Freitas, Maria Mazzei, Diego Barros, Tamires Vitorio, Gabriel Ferneda, Lucas Rocha e Estadão Conteúdo)