O Dia Mundial do Orgulho Autista é comemorado nesta sexta-feira(18), e foi instituído no Brasil por um grupo de pais, familiares e amigos de pessoas autistas em 2005.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno de desenvolvimento que leva a um déficit que pode prejudicar a interação social, comunicacional e comportamental.
A data serve para esclarecer à sociedade sobre as características únicas das pessoas diagnosticadas com algum grau de autismo, buscando normalizar as diferenças de desenvolvimento neural de cada pessoa.
Mariane da Silva tem uma filha de 9 anos que foi diagnosticada com autismo aos cinco anos de idade. Ela contou sobre a luta que enfrentou com o preconceito de familiares e vizinhos. Para Mariene, foi muito difícil lidar e entender a agressividade e as dificuldades de comunicação de sua filha Maria Clara por conta do diagnóstico tardio.
“Clarinha era um pouco agressiva e não dormia a noite por sofrer com terror noturno. Quando consegui ajuda profissional de um psicólogo, fonoaudióloga, psicopedagoga e neurologista, senti que ela evoluiu no sentido da interação social”, afirmou a mãe.
O preconceito existe e está em todo lugar. Mariane afirma que por Maria Clara não possuir características típicas de autismo, algumas pessoas não entendem os comportamentos da filha.
Com dificuldades em assimilar os conteúdos das aulas, a mãe, o tio e a irmã mais velha de Clara se revezam com técnicas de aprendizagem para que a criança compreenda as informações.
“A Clarinha é meu orgulho, pois apesar das dificuldades ela se esforça muito para aprender. Estamos caminhando aos poucos e um dia o sonho dela de aprender a ler vai se tornar real. Amo minha filha do jeitinho que ela é. Carinhosa, rara, é minha preciosidade. Não mudaria nada nela”, concluiu Mariane.
De acordo com o Coordenador dos Direitos da Pessoa com Deficiência, da Semas, Ricardo Vinicius, a data precisa ser comemorada e enaltecida por todos.
“O dia do orgulho autista é de suma importância para a sociedade, porque esclarece as características das pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista. Ele deve ser lembrado porque o autismo não é uma doença e sim uma característica especial. É claro que existem limitações, mas precisamos fazer com que a comunidade abra a mente e comece a tratar todos de forma igualitária”, afirmou o coordenador.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que existam, no mundo, 70 milhões de pessoas com autismo. Já no Brasil, dois milhões de pacientes possuem essa condição. Não há causa definida para o desenvolvimento do déficit e para promover a inclusão dessa população, recomendam-se adaptações físicas e comportamentais para garantir qualidade de vida e cidadania pessoas com TEA.
Ações da Prefeitura para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista
Plano Municipal
Servidores da Prefeitura de Maceió das Secretarias de Assistência Social Semas, Educação (Semed) e Saúde (SMS) e representantes da Pestalozzi construíram um Plano Municipal para o Atendimento à Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, que ainda será apreciado pelo município para aprovação e captação de recursos.
Segundo a assistente social da Semas, Emy Oliveira, o plano sugere um sistema integrado de políticas públicas para monitorar e atender melhor à pessoa com Transtorno do Espectro Autista nos diversos equipamentos da Prefeitura de Maceió, como os da assistência social, educação e saúde, qualificando e atendendo integralmente a pessoa com autismo.
Capacitação para servidores da Prefeitura
Mais de 150 profissionais da Semas, Semed e SMS também estão fazendo uma capacitação voltada ao atendimento a pessoas com Transtorno do Espectro Autista .
De acordo com a representante do grupo gestor da capacitação, Emy Oliveira, esse curso tem uma proposta de trabalho intersetorial entre as políticas de saúde, assistência social e educação no atendimento a pessoas com Transtorno do Espectro Autista que sejam atendidas nos serviços e programas do município.
“Os servidores indicados por cada secretaria serão multiplicadores do que aprenderam em seus locais de trabalho. Isso vai influenciar de forma positiva o atendimento aos usuários com autismo que procuram os serviços do município”, explicou a assistente social.
Carteira de Identificação do Autista
Carteira garante o direito ao atendimento prioritário em estabelecimentos públicos e privados.
A Carteira de Identificação do Autista de Maceió garante o direito ao atendimento prioritário em estabelecimentos públicos e privados. O documento é emitido pela Coordenação da Pessoa com Deficiência da Semas.
Em fevereiro e março deste ano, já foram beneficiadas 81 famílias assistidas pela Associação de Pais e Amigos do Autista (Assista) e pela Pestalozzi.
A solicitação das Carteiras de Identificação do Autista de Maceió pode ser feita nas instituições que atendem a esse público e na sede da Semas, para quem não é vinculado a nenhuma instituição.
A sede da Semas funciona na Avenida Comendador Leão, 1383, no bairro do Poço, das 8h às 13h. Para mais informações: 3312-5911.
Documentos necessários:
RG e CPF dos pais do usuário;
RG e CPF do usuário;
Comprovante de Residência;
Certidão de nascimento do usuário;
Duas fotos 3×4;
Relatório Médico ou Atestado Médico (contendo o CID) que identifique o Transtorno do Espectro Autista;
Encaminhamento da instituição ao qual encontra-se vinculado(havendo vínculo);
Termo de Responsabilidade assinado na Semas pelo responsável do usuário (não estando vinculado a nenhuma instituição);
Requerimento preenchido e assinado pelo responsável do usuário;