Após encontro o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que ambos concordaram na prevenção de ataques cibernéticos. Durante coletiva de imprensa, Biden afirmou que o líder russo "sabe que haverá consequências" caso novos ataques contra a segurança cibernética dos EUA aconteça.
"Vamos deixar claro: como seria se os Estados Unidos fossem vistos pelo resto do mundo como interferindo nas eleições diretamente de outros países e todos soubessem disso?", questionou Biden.
"Como seria se nos engajássemos nas atividades em que ele está envolvido. Isso diminui a posição de um país que está tentando desesperadamente garantir que se mantenha como uma grande potência mundial." Na reunião, segundo Biden, foi mencionado que certas áreas consideradas de "infraestrutura crítica" deveriam ser proibidas para ataques cibernéticos.
Biden descreveu 16 entidades específicas que são definidas como "infraestrutura crítica", incluindo energia e água, e afirmou que ambos os lados devem concordar que essas áreas estão fora dos limites dos ataques cibernéticos.
"Os países responsáveis precisam tomar medidas contra os criminosos que conduzem atividades de ransomware [uma espécie de bloqueio cibernético] em seu território", disse Biden.
O democrata, no entanto, não disse como Putin respondeu, mas revelou que ambos lados concordaram em ter especialistas para "trabalhar em entendimentos específicos sobre o que está fora dos limites e acompanhar casos específicos".
A Rússia foi apontada pela inteligência norte-americana como fonte de dois grandes ataques hackers nos últimos meses, o da SolarWinds, que atingiu órgãos governamentais, e o da Colonial Pipeline, que deixou parte da Costa Leste sem combustível em maio deste ano.
Biden disse em resposta a uma pergunta complementar que disse a Putin que os EUA têm "capacidade cibernética significativa" e que responderia a novos ataques cibernéticos.
Mais cedo, durante sua coletiva de imprensa, Putin também abordou a questão da segurança cibernética. Segundo ele, a Rússia "acredita na importância da cibersegurança" e que estão investigando os ataques feitos aos EUA, mas que o país não está na lista de origens prováveis dos ataques, citando os próprios EUA, o Canadá e a América Latina.
"Ambos os lados têm de assumir certas obrigações sobre isso", declarou, acrescentando que o país dele enviou informações exaustivas aos EUA, mas que não recebeu nenhuma resposta.