O Ministério da Saúde confirmou a suspensão do envio. A pasta, comandada pelo ministro Marcelo Queiroga, não informou a razão do cancelamento, comunicado pela própria Janssen ao governo federal.
Não há ainda um novo prazo para o envio da remessa. O Ministério da Saúde, no entanto, trabalha para receber as vacinas contra a Covid- 19 já na quarta-feira (16).
"Ainda não sei detalhes. Mas quarta deve chegar", disse Queiroga, depois de uma reunião no Palácio do Planalto com o presidente Jair Bolsonaro, em Brasília.
A FDA, agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, autorizou no sábado (12) o envio das 3 milhões de doses. No mesmo dia, Queiroga concedeu uma coletiva de imprensa na qual afirmou que as doses da vacina da Janssen virão da unidade que produz doses do imunizante em Baltimore, nos EUA.
Na mesma planta, foram registrados problemas de contaminação que levaram a FDA a pedir que a farmacêutica descartasse cerca de 60 milhões de doses da vacina.
A remessa que ainda deve chegar ao Brasil tem prazo de validade até 27 de junho e precisam ser aplicadas até esta data.
As vacinas devem ser distribuídas apenas às capitais -o que já estava sendo feito com a Pfizer, que exigia um esquema especial de manutenção a baixas temperaturas.
O Ministério da Saúde diz também que fará uma ampla campanha de utilidade pública incentivando as pessoas a procurarem os postos de saúde.
Segundo a pasta, o país tem capacidade de aplicar até 2,4 milhões de doses de vacinas por dia.
O contrato, assinado em março deste ano, garante:
A vacina fabricada pela Johnson & Johnson tem eficácia global de 72%. Já a proteção contra casos graves da doença é de 85%, segundo estudo realizado em janeiro deste ano.
A Anvisa informou que avalia um pedido da Janssen para estender o prazo de validade da vacina produzida pela farmacêutica contra Covid-19 de 3 meses para 4 ou 5 meses. O imunizante requer apenas uma dose para ter eficácia.
A proposta ocorre em meio a discussão sobre a distribuição de 3 milhões de doses da vacina que estão previstas para chegar ao país neste mês, com validade até 27 de junho.
A possibilidade de estender a validade foi alvo de reunião entre membros da Anvisa e da empresa na tarde desta sexta. Em nota, a agência diz que planeja finalizar a análise das informações apresentadas "o mais breve possível".
"Por se tratar de uma vacina com autorização para uso emergencial no Brasil, a decisão quanto ao pedido da farmacêutica caberá à diretoria colegiada da Anvisa, que deverá se reunir já na próxima semana", diz o órgão.
A vacina da Janssen, adquirida pelo governo federal, gera anticorpos contra algumas das variantes da Covid-19. Os resultados da pesquisa foram publicados na última quarta-feira (9).
De acordo com pesquisadores do Beth Israel Deaconess Medical Center, o imunizante é menos eficaz contra a variante Beta (da África do Sul), mas ainda assim gera anticorpos. Já a variante Alfa (do Reino Unido) consegue ser totalmente controlada pela vacina.
Segundo o estudo, os anticorpos neutralizantes foram um pouco menos eficazes contra as cepas da Covid-19. No entanto, os outros anticorpos parecem não ter sido afetados.
O estudo ainda precisa passar por revisões. Além da Janssen, as vacinas da Moderna e da Pfizer também foram bem-sucedidas nos testes contra as variantes.