No período eleitoral, dois tipos de indivíduos se destacam: o político e o politiqueiro.
O político é aquele que discute ideias, apresenta propostas, ouve sugestões e busca promover mudanças, ainda que pequenas, sempre com responsabilidade e compromisso com a sociedade. Ele analisa sua própria conduta como futuro representante e se empenha em construir um debate qualificado.
Já o politiqueiro é uma distorção do primeiro. Sem compromisso real com a ética e o progresso, ele se vale de ataques, desinformação e discursos vazios para atingir seus objetivos. Em vez de construir, prefere destruir reputações, muitas vezes espalhando inverdades e se cercando de alianças duvidosas.
Diante dessa distinção, vale analisar o processo eleitoral para a escolha dos novos dirigentes da União dos Vereadores do Estado de Alagoas (Uveal), cuja votação está marcada para o dia 28 de março. A disputa está sob a responsabilidade de uma Comissão Eleitoral e, até o momento, conta com duas chapas postulantes. No entanto, a candidatura do vereador por Palmeira dos Índios, Lúcio Medeiros, ainda depende de análise documental para ser oficialmente deferida.
Em busca de apoio, Medeiros percorre as cidades alagoanas desde outubro de 2024 (material colhido das redes sociais), mas justificou a demora na formalização de sua candidatura alegando falta de tempo para reunir a documentação exigida. Tal argumento, no entanto, contrasta com sua intensa movimentação política nos últimos meses.
Postagem: 31 de Outubro de 2024
Além disso, a candidatura de Medeiros não apresentou um plano de gestão concreto, deixando dúvidas sobre quais seriam suas propostas caso eleito. (Intrigas, supostas inverdades e pouco ou quase nada de confiável).
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Além disso, em recentes entrevistas a veículos de comunicação, observadores apontam supostas inconsistências em suas falas. Em uma delas, por exemplo, ele demonstrou desconhecimento sobre mecanismos fundamentais para o rateio e distribuição de recursos orçamentários entre os vereadores, incluindo as VIAPS. Essa fragilidade acendeu um sinal de alerta entre os parlamentares que consideram apoiar sua candidatura.
A recente afirmação de um vereador em primeiro mandato, alegando não ter buscado apoio de figuras políticas influentes no estado, - Os caciques -, segundo ele, chama atenção. Para alguns, essa escolha pode parecer uma estratégia ousada, mas, nos bastidores, circulam rumores de que a verdadeira razão estaria na falta de credibilidade de sua trajetória política — algo que ele mesmo já teria tratado como um simples "passatempo". (trecho 1:24:48 do vídeo acima).
Política é uma atividade séria, essencial para a construção de uma sociedade mais justa e organizada. No entanto, a credibilidade das instituições muitas vezes é colocada em xeque por aqueles que encaram a função pública como um mero hobby, sem o devido compromisso com a responsabilidade que o cargo exige.
A vereança não deve ser vista como uma aventura temporária, mas como um compromisso com a população que confiou seu voto. Um representante que não demonstra dedicação genuína à política pode comprometer a seriedade da função e, consequentemente, a qualidade da gestão pública.
Diante desse cenário, surge um questionamento inevitável: o que esperar de um mandato conduzido por alguém que enxerga a política apenas como uma ocupação momentânea? A reflexão se faz necessária, pois cargos dessa enveragadura e importância não são espaços para experimentações descompromissadas, mas para trabalho árduo e resultados concretos.
Fica o alerta: política não é passatempo, e a população saberá cobrar aqueles que não a tratam com a devida seriedade.
O verdadeiro político compreende a importância da escuta, do diálogo e da adaptação, aceitando críticas e sugestões para aprimorar seu trabalho. Já o politiqueiro persiste em discursos vazios, sem fundamentos sólidos ou compromissos reais.
Os vereadores alagoanos devem estar atentos a essas diferenças e votar com consciência e responsabilidade, escolhendo líderes que, de fato, representem os interesses coletivos e não apenas projetos pessoais de poder.
Por fim, sanadas as pendências para oficialização junto à Comissão Eleitoral, desejamos sucesso aos postulantes e que vença o político e a política, em detrimento ao politiqueiro e à politicagem.
Por: Jornalista Marcos Souza
*O texto acima não representa a opinião do portal de notícias deolhoalagoas.com.br.*