Um suposto integrante do PCC, identificado como “Tacitus”, afirmou em emails enviados a autoridades que assistiu em tempo real à execução de Antônio Vinícius Gritzbach, delator da facção e de policiais civis investigados por corrupção. Com informações do colunista Josmar Jozino, do UOL.
Segundo Tacitus, ele e outros membros do grupo acompanharam o assassinato por uma live, descrevendo a cena com detalhes. “Acompanhamos a queda daquele verme ao vivo e a cores, com áudio e som”, escreveu.
Gritzbach foi morto em 8 de novembro de 2024, com 10 tiros de fuzil, ao desembarcar no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Tacitus teria enviado e-mails logo após o crime, incluindo uma foto da vítima caída, com a legenda: “Agradeço a colaboração de todos”. Ele também ameaçou a família de Gritzbach, exigindo o pagamento de R$ 6 milhões até 31 de dezembro de 2024, como condição para evitar novos ataques.
Imagens de câmera de segurança mostram o momento em que Antônio Vinicius Lopes Gritzbach é morto a tiros no Aeroporto de Guarulhos, nesta sexta (8). pic.twitter.com/xqtYF3WsGr
— O Tempo (@otempo) November 8, 2024
Os arquivos foram recebidos por promotores, juízes e outros membros do sistema de Justiça. Autoridades do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado) questionam a autenticidade das mensagens, apontando que elas podem ser uma tentativa de oportunismo. Tacitus, porém, rebateu as críticas, afirmando que as trocas de mensagens entre ele e Gritzbach ocorreram antes do empresário firmar o acordo de delação premiada.
Para sustentar suas alegações, o suposto membro do PCC propôs a quebra de sigilo dos emails trocados com Gritzbach. Ele afirma que as mensagens provam que as ameaças começaram mais de um ano antes da delação ser homologada pela Justiça de São Paulo, em abril de 2024. O conteúdo inclui ofensas mútuas e cobranças relacionadas a valores que Tacitus acusa Gritzbach de ter roubado.
A Polícia Federal e o Ministério Público de São Paulo ainda não identificaram o informante. Segundo o MP-SP, os emails foram enviados por um provedor clandestino baseado em um país que não possui acordos de cooperação com o Brasil.