Presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto dizia, no início deste mês, não acreditar em uma prisão de seu principal filiado, Jair Bolsonaro. Depois que ele foi indiciado em um relatório de quase 900 páginas pela Polícia Federal (PF) no inquérito do golpe, no entanto, a conversa mudou de rumo.
Em círculos mais fechados, no âmbito partidário, Costa Neto tem dito que Bolsonaro será preso, inexoravelmente. O chefe da legenda teme, contudo, a reação de Bolsonaro no momento em que receber a ordem de prisão. O político avalia, porém, que esse momento deverá ocorrer apenas no ano que vem, quando concluído o julgamento sobre o golpe de Estado fracassado em 8 de Janeiro, no Supremo Tribunal Federal (STF).
Ciente da gravidade de sua situação jurídica, o próprio ex-mandatário neofascista admitiu na véspera, em entrevista ao site de notícias UOL, que pode se refugiar em uma embaixada, na iminência de sua prisão. Em fevereiro, depois de ter seu passaporte apreendido, Jair Bolsonaro chegou a passar duas noites na Embaixada da Hungria, como revelou o diário norte-americano ‘The New York Times’.
O ex-presidente não poderia ser preso, caso estivesse refugiado em uma embaixada estrangeira, uma vez que o local está legalmente fora do alcance das autoridades nacionais. O primeiro-ministro da Hungria é Viktor Orbán, pessoa muito próxima do ex-presidente.