Neste sábado (16), o presidente Lula participou do encerramento da Cúpula Social do G20, realizada no Rio de Janeiro. O evento, inédito na história do grupo, trouxe a participação do público em debates para propor soluções aos desafios globais, antecedendo a cúpula oficial dos chefes de Estado, marcada para segunda (18) e terça-feira (19).
“O G20 tem que acontecer todo santo dia, porque tem 733 milhões de habitantes passando fome”, afirmou Lula durante o encontro. O documento final do evento, aprovado simbolicamente, reúne propostas elaboradas por representantes de movimentos sociais e sindicais.
Lula recebeu a declaração e afirmou: “O que vocês me entregaram é o início de um processo”. O texto também foi encaminhado ao presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, que assumirá a presidência do G20 em 2025.
“Para chegar ao coração dos cidadãos comuns, os governos precisam romper com a dissonância cada vez maior entre a voz dos mercados e a voz das ruas” O neoliberalismo agravou a desigualdade econômica e política que hoje assola as democracias.O G20 precisa discutir uma série de medidas para reduzir o custo de vida e promover jornadas de trabalho mais equilibradas”, afirmou o presidente brasileiro em sua fala.
Para chegar ao coração dos cidadãos comuns, os governos precisam romper com a dissonância cada vez maior entre a “voz dos mercados” e a “voz das ruas”. O neoliberalismo agravou a desigualdade econômica e política que hoje assola as democracias. O G20 precisa discutir a sério…
— Lula (@LulaOficial) November 16, 2024
A ativista iemenita e Nobel da Paz de 2011, Tawakkol Karman, destacou a importância do encontro. “A Cúpula Social do G20 tem poder de mudança”, afirmou, pedindo a reforma de instituições internacionais como o Conselho de Segurança da ONU e o FMI.
Ela também ressaltou a necessidade de lutar contra desigualdades e proteger grupos vulneráveis. “A igualdade da humanidade é a chave para a construção da paz”, disse, conclamando líderes a assumirem responsabilidade na busca por justiça social e econômica.
Karman ainda elogiou Lula por sua postura crítica em relação ao conflito entre Israel e Palestina. “Lula, seja forte e continue com seu compromisso com a justiça social. Obrigada por condenar o genocídio cometido por Israel na Palestina”, declarou.
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, não esteve presente no evento. Em sua representação, participou Ronald Lamola, ministro das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, que acompanhou as discussões e reafirmou o compromisso do país com as pautas levantadas.