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15/11/2024 às 18h00min - Atualizada em 15/11/2024 às 18h00min

Delator do PCC foi reconhecido por devedor em Maceió antes de receber joias

Gazetaweb, com G1
https://www.gazetaweb.com
Gritzbach e o estojo de joias trazidos de Maceió no dia que foi executado. Foto: Montagem/g1/Reprodução/TV Globo

Danilo Lima, motorista de Vinicius Gritzbach, morto no Aeroporto de Guarulhos, prestou um novo depoimento na última quarta-feira (13), no Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo. Ele informou que o delator do PCC foi reconhecido por um devedor em Maceió antes de receber as joias. A força-tarefa que investiga o caso está apurando se o material estava equipado com GPS para rastrear a vítima.

O motorista relatou que Gritzbach viajou com a namorada para a capital alagoana por motivos pessoais e foi reconhecido no aeroporto por um homem que lhe devia R$ 6 milhões. Após esse encontro, o delator do PCC e o devedor combinaram o pagamento de parte da dívida em São Miguel dos Milagres, para onde Vinicius, a namorada e Danilo seguiram em seguida, com a intenção de receber o material.

De acordo com o depoimento, já em São Miguel dos Milagres, Danilo Lima foi o responsável por retirar as joias em um quiosque, em uma das praias da cidade. Com base nas declarações do motorista, a Polícia Civil de São Paulo passou a investigar o devedor como um dos suspeitos do crime. Ele já foi identificado pela força-tarefa da Secretaria de Segurança Pública (SSP), e uma das hipóteses levantadas pela investigação é de que o devedor possa ter colocado um rastreador (GPS) nas joias, permitindo que os executores em São Paulo localizassem Vinicius Gritzbach após seu desembarque no Aeroporto de Guarulhos, onde foi morto.

Danilo Lima foi o único dos seguranças de Vinicius Gritzbach a acompanhá-lo na viagem até Maceió. A viagem terminou com a execução do empresário na chegada a São Paulo, quando ele foi alvejado com dez tiros à queima-roupa na saída do aeroporto internacional.

Além do suposto devedor, a força-tarefa da SSP investiga 13 policiais por envolvimento com o PCC, corrupção ou possível participação no assassinato de Vinicius Gritzbach.

Joias de R$ 1 milhão

Gritzbach trazia na bagagem um estojo com joias avaliadas em mais de R$ 1 milhão, de marcas renomadas. Segundo o Boletim de Ocorrência, registrado inicialmente na delegacia de Cumbica, a bagagem de Gritzbach tinha ao menos 38 itens de alto valor, que estavam sob a posse da namorada dele. Ela fugiu durante o tiroteio, mas, posteriormente, entregou a mala à polícia.

Entre os itens valiosos estavam: 11 anéis prateados com pedras rosadas e esverdeadas, em formas de coração e gota; 6 pulseiras esverdeadas e douradas; 2 colares prateados em forma de gota com pingentes; e 9 pares de brincos com pedras verdes, azuis e prateadas. As joias, segundo a polícia, possuíam certificados de joalherias de luxo como Bulgari, Cristovam Joalheria, Vivara e Cartier. Além das joias, foram apreendidos com a vítima argolas douradas, um celular e um notebook da marca Apple, R$ 620 em dinheiro vivo e um relógio Rolex. O material está agora sob a custódia do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

A polícia está investigando quem foi a pessoa que fez o repasse do material valioso ao delator e se essas joias têm alguma ligação com o crime ocorrido na sexta (8).


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