247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisou adiar sua primeira reunião presencial com o presidente russo, Vladimir Putin, após sofrer um acidente doméstico no sábado, 19 de outubro. De acordo com informações divulgadas neste domingo (20/10), Lula levou pontos na cabeça e foi orientado por sua equipe médica a não viajar para Kazan, onde participaria da 16ª Cúpula dos Brics. Agora, ele deverá participar do encontro de forma remota, por videoconferência.
A reunião em Kazan seria o primeiro encontro presencial entre os dois chefes de Estado desde o início do terceiro mandato de Lula. A última vez que ambos participaram de uma reunião dos Brics foi na cúpula de Joanesburgo, em 2023, mas Putin foi representado por seu ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov. Em 2025, o Brasil assumirá a presidência dos Brics, e o próximo encontro de líderes deverá ocorrer em território nacional, abrindo nova oportunidade para que Lula e Putin se encontrem pessoalmente, mas é improvável que o líder russo venha ao País.
Conversas frequentes
Embora ainda não tenham se encontrado presencialmente neste mandato, Lula e Putin já conversaram por telefone em diversas ocasiões desde 2023. Em sua última conversa, em 18 de setembro, os dois líderes discutiram temas como as queimadas no Brasil, a proposta de paz para o conflito na Ucrânia e a cúpula dos Brics, segundo reporta o Metrópoles.
A participação de Putin no G20, que será realizado no Rio de Janeiro em novembro, também foi cancelada. Putin anunciou sua ausência poucos dias após o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitir um mandado de prisão contra ele, relacionado ao conflito na Ucrânia. Apesar de não reconhecer o TPI, o líder russo destacou suas boas relações com o Brasil e mencionou a possibilidade de firmar um acordo com o governo brasileiro para evitar problemas legais durante futuras visitas.
Proposta de paz
Lula e Putin discutiram a proposta de paz sugerida pelo Brasil e pela China, apresentada em maio deste ano. Putin elogiou a proposta, considerando-a equilibrada e uma boa base para negociação. No entanto, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, rejeitou a sugestão, afirmando que ela favorecia os interesses de Moscou. Putin, por sua vez, reiterou que deseja uma paz duradoura, mas destacou que suas tropas estão prontas para continuar lutando na Ucrânia até que alcancem a vitória.