Silas Malafaia, até então braço direito de Jair Bolsonaro, expressou profunda decepção com o ex-presidente em recente entrevista à coluna de Mônica Bergamo, no jornal Folha de S.Paulo. Ele critica Bolsonaro por sua omissão durante as eleições municipais em São Paulo, apontando que ele se preocupou mais com a possibilidade de ser derrotado por Pablo Marçal do que em defender seus aliados. "Que porcaria de líder é esse?", indagou Malafaia, ressaltando que a liderança não deve ser guiada apenas pelas redes sociais.
O empresário da fé declarou ter enviado mais de 30 mensagens "duríssimas" a Bolsonaro, expressando sua insatisfação. Ele se lembrou de um momento em que o ex-presidente, em uma ligação angustiante, chorou por cinco minutos, temendo ser preso. Malafaia, por sua vez, elogiou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmando que pretende apoiá-lo na corrida presidencial caso Bolsonaro permaneça inelegível até 2026.
Decepções e alegrias nas eleições- Ao refletir sobre as eleições, Malafaia destacou suas alegrias e decepções. Para ele, a postura de Tarcísio foi uma "alegria", ao demonstrar que um líder deve guiar seu povo e não se deixar levar pela opinião popular. "Você não é um verdadeiro líder até que não ande sozinho", enfatizou. Ele também mencionou a atitude do deputado federal Gustavo Gayer, que se distanciou de Marçal após a divulgação de um documento médico forjado.
No entanto, Malafaia expressou várias decepções, começando por Magno Malta, que não se posicionou em relação a Marçal. Ele criticou a falta de ação de Malta, afirmando: "Quem vai fazer aliança com um cara que não é confiável?" Para Malafaia, esse medo de se posicionar representa uma fraqueza que compromete a integridade da direita.
Bolsonaro: a maior decepção- Ao discutir sua maior decepção, Malafaia não hesitou em apontar Jair Bolsonaro. Para ele, o ex-presidente falhou em demonstrar um compromisso claro durante as eleições. "Um político é reconhecido por seus posicionamentos", afirmou Malafaia, que classificou a conduta de Bolsonaro como covarde e omissa. Ele criticou a falta de apoio a aliados e a indecisão em momentos cruciais: "Bolsonaro foi covarde, omisso. Para ficar bem sabe com quem? Com seguidores."
Malafaia se lembrou de um recente "zap" que enviou a Bolsonaro, questionando como ele poderia apoiar alguém que falsificou documentos e tentava dividir a direita. "A palavra 'líder' vem da língua viking e significa o capitão de um navio", explicou, destacando a responsabilidade de um líder em dar um rumo claro.