O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu desculpas neste sábado (27) pelo veto ao grupo de ex-presidentes, congressistas e ex-parlamentares que foram impedidos de entrar no país para observar as eleições presidenciais de domingo após serem convidados pela oposição.
“Peço desculpas porque na Espanha, no México, no Panamá ficaram irritados com a Venezuela porque devolvemos essa gente. Peço desculpas por ter mandado de volta [Vicente] Fox para o México, Mireya Moscoso para o Panamá, as pessoas estavam muito bravas no Panamá e na Espanha”, disse Maduro em um encontro com observadores internacionais convidados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Autoridades venezuelanas impediram na sexta-feira a entrada de vários ex-governantes, deputados e ex-parlamentares que planejavam observar as eleições nas quais Maduro tem como principal rival o diplomata Edmundo González Urrutia, de 74 anos, que representa na cédula eleitoral a líder María Corina Machado, inabilitada.
O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, denunciou que a Venezuela havia impedido a decolagem de um voo da Copa Airlines que levaria do Panamá para a Venezuela vários dos ex-governantes.
Estavam na aeronave os ex-presidentes Moscoso, Fox, Miguel Ángel Rodríguez (Costa Rica) e Jorge Quiroga (Bolívia), membros da direitista Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (Grupo Idea) e fortes críticos de Maduro.
Cerca de dez congressistas e eurodeputados do Partido Popular (PP) espanhol denunciaram que foram deportados. O mesmo ocorreu com uma parlamentar da Colômbia e outra do Equador.
O poderoso líder chavista Diosdado Cabello havia alertado na quarta-feira que seria negada a entrada desses observadores porque não foram convidados pela autoridade eleitoral.
Segundo Maduro, o CNE convidou 910 observadores de 100 países.
“Aqui há lei e a lei se respeita”, disse o presidente, que insistiu que os resultados serão “reconhecidos e respeitados por toda a República”.
O ex-presidente argentino Alberto Fernández havia sido convidado pelo CNE, mas esta semana o organismo pediu que ele não viajasse à Venezuela por considerar que não é imparcial, após declarações em que disse que se Maduro for derrotado nas eleições “o que ele tem que fazer é aceitar”.
O CNE também anulou um convite para o envio de uma missão de observadores da União Europeia.
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