O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi repreendido nesta quarta-feira, 8, pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre, após falar um palavrão ao criticar a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. pic.twitter.com/IvnFm1esqy
— Política Estadão (@EstadaoPolitica) May 8, 2024
“É isso que a gente quer para a sociedade? Como se a tragédia tivesse escolhido cor da pele. Nesse caso do Rio Grande do Sul nem a condição social a gente pode falar, porque pega todo mundo. Imagina quem é branco e pobre nesse País agora. Que se foda, é isso?”, afirmou Flávio. O Estadão procurou o Ministério da Igualdade Racial, mas não obteve retorno.
Em seguida, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) defendeu Anielle e disse que Flávio deveria “estudar história”. “Quem é primeiro atingido vai ser a população que mais sofre. Não que os brancos não sofram. Não tenho dúvidas. Mas tem que ter uma prioridade diante de quem mais sofre. É a realidade deste País desigual. É racismo estrutural. Vai estudar história”, afirmou.
Além da medida de priorização de quilombolas e ciganos no Rio Grande do Sul, Flávio também criticou Anielle pelo termo “racismo ambiental”, que foi citado pela ministra em janeiro após os prejuízos causados pelas chuvas que atingiram o Rio de Janeiro. Parlamentares da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticaram a definição, enquanto governistas saíram em defesa da chefe da Igualdade Racial.
O projeto que estava sendo discutido por Flávio e Contarato aumenta para 30% o total das vagas reservadas para cotas raciais em concursos públicos, incluindo indígenas e quilombolas. Hoje, as cotas raciais para concursos são de 20% e alcançam apenas a população negra, que inclui pretos e pardos.