“A Moody’s avalia que as perspectivas de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil são mais robustas do que nos anos pré-pandemia, apoiadas pela implementação de reformas estruturais em múltiplas administrações, bem como pela presença de barreiras de proteção institucionais que reduzem a incerteza em torno da direção política futura”, explica a agência.
A nota do Brasil coloca o país no chamado “grau especulativo”, o que indica um risco maior para investimentos estrangeiros. A Moody’s sinalizou que pode elevar a avaliação no futuro, a depender de um “crescimento mais forte” e uma “consolidação fiscal” para estabilizar o peso da dívida nas contas públicas.
“A afirmação do rating Ba2 está baseada na força fiscal ainda relativamente fraca do Brasil, dado o nível elevado de endividamento do país e sua fraca capacidade de pagamento da dívida, que permanece sensível a choques econômicos ou financeiros”, prossegue a agência.
A revisão da nota já era esperada desde o fim do mês passado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com representantes da agência no último dia 23 e, nesta terça (30), afirmou que a Fitch também deve finalizar um relatório em breve.
A nota de crédito avalia se um país é seguro para aplicações estrangeiras e ajuda a atrair recursos internacionais. Alguns fundos americanos e europeus costumam investir somente em títulos de nações com grau de investimento, as notas mais altas.
O Brasil também tem avaliações similares de outras duas agências, a S&P Global Ratings e a Fitch. O país chegou a receber o grau de investimento da Moody’s entre 2009 e 2015, mas tem mantido a nota Ba2 desde então.
Em nota, o Ministério da Fazenda comemorou a revisão da perspectiva da nota e afirmou que tem “o compromisso do país com uma trajetória sustentável para as contas públicas, combinando esforços para melhorar a arrecadação e para conter a dinâmica das despesas”.