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23/04/2024 às 19h34min - Atualizada em 23/04/2024 às 19h34min

Lula diz ter ‘muita paciência’ com o presidente do BC

Lula disse, ainda, que quem já conviveu com Campos Neto um ano e quatro meses, não tem "nenhum problema" de conviver por mais seis meses”.

Por Redação - de Brasília
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Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central © Fornecido por Correio do Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a política de juros mantida pelo Banco Central (BC) e afirmou, nesta terça-feira, que tem "toda paciência do mundo" para trocar a autoridade monetária do país, o economista Roberto Campos Neto, cujo mandato à frente do BC se encerra no fim deste ano.

— O presidente do Banco Central tem que saber que quem perde dinheiro com a taxa de juro alta é o povo brasileiro. São os empresários brasileiros que não conseguem dinheiro para investir. É isso que está em jogo. Mesmo dizendo isso, eu tenho toda a paciência do mundo porque eu tenho que esperar até dezembro para mudar o Banco Central. Então, veja como nós somos tranquilos — afirmou Lula ao ser questionado sobre quem será o substituto de Campos Neto.

Tranquilidade

Lula disse, ainda, que quem já conviveu com Campos Neto um ano e quatro meses, não tem "nenhum problema" de conviver por mais seis meses”:

— Tenho que decidir se eu vou antecipar ou se deixo para indicar o mais próximo possível do vencimento do mandato do presidente Roberto Campos. Então, quem já conviveu com Roberto Campos um ano e quatro meses não tem nenhum problema de viver mais seis meses. O que eu espero é que o Roberto Campos leve em conta que o Brasil não corre nenhum risco — disse o presidente.

Ao criticar a taxa de juros, Lula afirmou que gosta mais do Brasil do que o mercado financeiro.

— Com todo o respeito do mercado. Eu gosto mais do Brasil do que o mercado. Eu quero mais ter um futuro despeito do que o mercado. E o meu papel é fazer as coisas para que 203 milhões de brasileiros possam levantar todo dia de manhã.

Embates

Segundo o presidente, ao comentar sobre outra pauta levantada pelos jornalistas, durante o café da manhã promovido no Palácio do Planalto, seu governo não tem problemas de relacionamento com o Congresso, apesar da elevação da temperatura, nos últimos dias, e afirmou que os episódios recentes são "coisas normais da política".

 

— A gente não vai viver em uma eterna briga. Porque se você optar pela briga não aprova nada. O país é prejudicado, vamos conviver com todo mundo — afirmou Lula.

O líder popular brasileiro recusou-se, no entanto, a relatar os termos tratados no encontro que teve na noite de domingo com o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL). Relatou que se tratou apenas de uma "conversa" e não de uma “reunião".

— Eu sinceramente não acho que a gente tenha problema no Congresso. A gente tem situações que são as coisas normais da política. Vamos só lembrar um número. Nós temos 513 deputados e meu partido só tem 70. Nós temos 81 senadores e o meu partido só tem 9 — contabilizou o presidente, ao comentar que seu governo não tem maioria no Congresso.

Turbulência

Na noite de domingo, o presidente recebeu Lira para um jantar privado, no Palácio da Alvorada, em um compromisso fora da agenda de ambos. O encontro aconteceu após momentos de turbulência entre o Palácio do Planalto e o Legislativo.
 

Lula foi questionado sobre esse encontro, mas se recusou a revelar os assuntos que foram tratados. Disse que era apenas uma "conversa". Se fosse uma reunião de trabalho, “teria levado os seus líderes no Congresso”, esquivou-se.

— Como é conversa entre dois seres humanos, eu peço a vocês que não sou obrigado a dizer a conversa que eu tive com Lira — concluiu o presidente.


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