Os dois presos por participação na chacina que deixou quatro mortos - dois homens e duas mulheres -, na cidade de Arapiraca, contaram à imprensa que foram obrigados pelo autor dos disparos a esconder os corpos dentro de uma cacimba. Conforme a dupla, Regivaldo da Silva Santana, o Giba, apontou uma arma para eles, coagindo-os a ocultar os cadáveres.
Os detidos são um sobrinho do homem preso por atirar nas vítimas e um amigo dele.
“Acabou ele (Giba) xingando eles (vítimas), agredindo e efetuando disparo na cabeça de um menino, do galego. Depois deu dois disparos na cabeça do outro, virou, atirou na cabeça da menina, da outra menina também e acabou que ele apontou uma arma para a gente e fez a gente levar os corpos pra cacimba. Eu pedi pelo amor de Deus para ele não atirar.”, disse um dos presos.
O segundo preso também afirmou que foi forçado a ocultar os cadáveres. “A gente não ajudou por livre e espontânea vontade, a gente foi forçado. A todo momento ele estava com uma arma apontada, dizendo que se a gente falasse alguma coisa a alguém, ele ia matar a gente. Se não fosse ele, tinha gente que matasse por ele”, contou.
Eles disseram, ainda, que conseguiram uma “brecha” após o momento em que estavam descartando os corpos e conseguiram fugir. Eles foram presos no estado de Sergipe, na tarde desse sábado (20), após serem localizados pela equipe do Núcleo de Investigação Especial (NIESP).
O delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas (PC/AL), Gustavo Xavier, disse que a versão apresentada pelos suspeitos será estudada durante o inquérito policial.
“É uma versão bem contraditória, tendo em vista que o Giba noticiou à polícia que ele teria executado as quatro vítimas em decorrência de um furto que teria acontecido dentro da propriedade. Mas, os dois indivíduos que foram trazidos por nossas equipes, do estado de Sergipe, informaram que não sabiam explicar a motivação, simplesmente, eles estavam dentro do quarto da residência e ouviram uma discussão entre o Giba e os dois homens, que já estariam posicionados no chão da sala, o Giba no meio deles e as duas mulheres, cada uma de um lado. E ele a todo momento gritava com os homens, mandava respeitar as mulheres e estaria embriagado”, frisou.
Agora, os presos ficaram na Delegacia-geral da Polícia Civil, à disposição da Justiça.
O empresário e atirador desportivo (CAC) Reginaldo da Silva Santana, investigado como suspeito da chacina, foi preso nessa sexta (19).
RELEMBRE O CASO
Após ligação pelo Disque Denúncia, a polícia encontrou quatro corpos, nessa sexta (19), dentro de uma cacimba, na cidade de Arapiraca, em Alagoas. As vítimas são os irmãos Letícia da Silva Santos, de 20 anos, e Lucas da Silva Santos, de 15 anos; além de Joselene de Souza Santos, de 17 anos (companheira de Lucas) e Erick Juan de Lima Silva, de 20 anos (companheiro de Letícia).
No mesmo dia, o suspeito Reginaldo da Silva Santana, também conhecido pelo apelido Giba, foi preso. O homem confessou e contou que cometeu o crime porque as vítimas tentaram furtar suas armas de fogo.
A chacina foi cometida entre o final da noite do sábado (13) e início da madrugada de domingo (14).
Giba foi autuado em flagrante por ocultação de cadáveres, crime ambiental e posse ilegal de arma de fogo. Ele deverá ser indiciado também pelos homicídios.