Lula, em seu discurso na abertura da 12ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, no Centro Internacional de Convenções do Brasil, ‘enquadrou’ o empresariado que defende os princípios da ultradireita, mas são os primeiros a se beneficiar do Estado.
— Fomos eleitos para atender exatamente a parcela da sociedade que precisa do Estado. Os banqueiros não precisam do Estado, mas exigem que o Estado faça superávit primário e coloque à disposição dele bilhões. Os grandes empresários não deveriam precisar do Estado, mas precisam do Estado porque vivem pegando dinheiro emprestado do Estado — disse.
E questiona, ao mesmo tempo em que responde:
— Quem é que precisa do Estado? O povo trabalhador, a classe média baixa que paga 80% de Imposto de Renda neste país. Porque rico também paga muito pouco Imposto de Renda, quem paga é quem trabalha e recebe contracheque no fim do mês.
O presidente acrescentou que é preciso ter consciência, que não pode perder de vista uma maioria da população que precisa de emprego, saúde, transporte coletivo e casa para morar.
— Tem que priorizar, por isso a gente vai priorizar a parte da sociedade que precisa verdadeiramente do governo — afirmou.
As medidas de arrecadação aplicadas pelo governo, no entanto, ainda são insuficientes para chegar à meta fiscal almejada pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) em 2025, com equilíbrio nas contas públicas. O Tesouro estimou em seu relatório de projeções fiscais a necessidade de um esforço adicional equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) para chegar ao superávit de 0,5% do PIB prometido para o ano que vem.
Ainda em seu discurso, Lula criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sem citá-lo, e a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza, que voltou a chamar de "guerra insana".
Lula lembrou das crianças que ficaram órfãs por causa da covid-19. Depois ele pediu que a plateia levantasse a mão em homenagem a quem não pôde estar presente, como os órfãos da covid, e crianças que morreram no Oriente Médio.
— Homenagem a quase 12,3 mil crianças que morreram na Faixa de Gaza bombardeada por Israel numa guerra insana — concluiu, sob aplausos, o presidente.