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17/03/2024 às 22h40min - Atualizada em 17/03/2024 às 22h40min

'NA CRISTA DA ONDA' - Robinho nega acusação de estupro e afirma que foi vítima de racismo em processo na Itália

Jogador, condenado a nove anos de prisão por estupro na Itália, falou pela primeira sobre a sentença em entrevista à TV Record

Redação Terra
https://www.terra.com.br
Robinho fala pela primeira vez sob condenação por estupro na Itália Foto: Divulgação/TV Record
Resumo:
  • Robinho falou pela primeira vez sobre a sentença de 9 anos de prisão por estupro na Itália, em entrevista exibida antes do Superior Tribunal de Justiça decidir se homologará a sentença. O julgamento ocorrerá em 20 de março e, caso seja validado, o jogador poderá ser preso.
O jogador Robinho, condenado a nove anos de prisão, falou pela primeira vez sobre a sentença por estupro na Itália. A entrevista concedida à jornalista Carolina Ferraz, do Domingo Espetacular na TV Record, foi exibida neste domingo, 17, dias antes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir se homologará a sentença italiana.  

Robinho narrou os fatos do dia 22 de janeiro de 2013, em que estava com amigos na boate milanesa Sio Café. Ele afirma que estava se divertindo com amigos no local e, após sua esposa deixar a boate, foi abordado pela mulher. "Fomos para um lugar aberto, com outras pessoas, seguranças, e depois desse rápido contato com ela eu fui embora".

O jogador ressalta que a mulher não apresentava sinais de embriaguez na ocasião em que estiveram juntos. "Em nenhum momento ela estava alterada, teve um comportamento diferente, era um local bem calmo, ela não aparentou estar inconsciente e as provas mostram que ela não estava". 

Com relação a provas, Robinho se refere a exames toxicológicos realizados pelas vítima após a denúncia do crime, registrada quatro meses após o ocorrido, segundo o processo. O jogador ressalta que, antes do dia dos fatos, não tinha qualquer tipo de contato com a mulher. 

O jogador não nega que manteve relações sexuais com a mulher, mas reforça que tudo ocorreu com o consentimento dela. "Foi uma relação consensual, nunca neguei, poderia ter feito, mas eu não sou mentiroso". 

Robinho também cita exames periciais que mostram que vestígios de sêmen encontrados nas roupas da vítima não poderiam ser rastreados até ele. Os documentos embasam o processo que o condenou na Itália.

Após as denúncias, Robinho conta que passou a ser extorquido por pessoas 'que não são confiáveis'. "Começaram com uma história de gravidez, depois falaram que ela queria 60 mil euros. Minha reação foi rir, não por deboche à vítima, mas por uma situação em que eu estava completamente seguro em que estava sendo extorquido". 

O valor, segundo a defesa da vítima, é referente a uma decisão judicial para compensação de danos. O dinheiro foi pago integralmente por Robinho. "60 mil euros foi o valor determinado pelos juízes para ressarcimento dos danos, não é um pedido para não dar continuidade ao processo, até porque na Itália, depois de denunciar esse tipo de crime, não se pode voltar atrás", explica o advogado Jacopo Gnocchi. 

Por fim, o jogador ainda fala sobre o encaminhamento do processo na Itália e alega ter sido vítima de 'racismo'. "Cansei de ver histórias de racismo, com companheiros meus. Os mesmos que não fazem nada com isso não os mesmos que estavam no meu julgamento". 

"Do fundo do meu coração, espero que a Justiça seja feita, espero que eles vejam as minhas provas e espero que no Brasil eu possa ter a voz que eu não tive lá fora. Você quer mostrar, mas para a Justiça italiana não foi relevante", terminou Robinho. 

O advogado da vítima faz um alerta: "Se as pessoas, em suas maioria mulheres, não denunciarem, então, se ninguém denuncia, claramente ninguém vai assumir a culpa. Do ponto de vista jurídico, os magistrados entendem que violência sexual é uma só, o estupro aconteceu, não muda nada".  

Julgamento no STJ

A exibição da entrevista antecede o julgamento de ministros do STJ para a homologação da sentença que o condenou a nove anos de prisão por estupro na Itália. De acordo com a CNN, a Corte Especial deve autorizar a ordem de prisão dele em julgamento que ocorrerá no próximo dia 20, com transmissão ao vivo pelo YouTube.

A informação foi repassada de maneira reservada por ministros do STJ. A prisão do jogador ocorrerá caso a decisão, proferida em última instância em janeiro de 2022, seja validada para cumprimento no Brasil.

O colegiado do STJ responsável pelo julgamento da homologação é composto por 15 ministros mais antigos do Tribunal, entre eles, o relator Francisco Falcão, que dá início à votação. Além de Robinho, o amigo dele, Ricardo Falco, foi condenado pela Justiça italiana à mesma pena, pelo mesmo crime. No entanto, o pedido de homologação em relação a ele está em outra fase processual.

Relembre o caso:

Conforme a Justiça italiana, Robinho e cinco amigos estupraram uma jovem albanesa no camarim da boate milanesa Sio Café, onde a vítima comemorava seu aniversário, em 22 de janeiro de 2013. Na época, o jogador atuava no Milan. 

Em dezembro de 2017, ele foi condenado em primeira instância. A defesa recorreu da decisão, e, em 19 de janeiro de 2022, o ex-Milan foi condenado em última instância pela Justiça italiana. Em 16 de fevereiro daquele ano, foi emitido um mandado de prisão internacional.

Além de outras provas, a Justiça se baseou principalmente nas gravações telefônicas interceptadas, que mostraram que Robinho admitiu participação no estupro. Outras conversas foram captadas por um grampo instalado pela polícia italiana no carro do atacante. Para a Justiça do país, as conversas são "auto acusatório". 

Na época, a defesa de Robinho afirmou que o atleta não cometeu o crime e que houve um "equívoco de interpretação" em relação a conversas interceptadas com autorização judicial, pois alguns diálogos não teriam sido traduzidos de forma correta para o idioma italiano. No entanto, segundo o Estadão, as gravações provam o contrário.

A repercussão do caso fez com que Robinho tivesse a contratação suspensa pelo Santos, em outubro de 2020. Desde março de 2023, o jogador está proibido de sair do País, após entregar seu passaporte por determinação do STJ. Atualmente, o jogador vive em Santos, no litoral de São Paulo.
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