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19/02/2024 às 18h32min - Atualizada em 19/02/2024 às 18h32min

PF intima Bolsonaro para depor 5ª-feira e defesa diz que ex-presidente deve ficar em silêncio

História de Por Ricardo Brito
https://www.msn.com
Ex-presidente Jair Bolsonaro 28/01/2022 REUTERS/Adriano Machado © Thomson Reuters

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - A Polícia Federal intimou Jair Bolsonaro a depor na próxima quinta-feira sobre as investigações da tentativa de golpe de Estado e a defesa do ex-presidente já informou à PF que ele deve permanecer em silêncio durante o depoimento, disse à Reuters o advogado Daniel Tesser, um dos representantes legais do ex-mandatário.

Inicialmente, o defensor havia dito que a equipe de advogados estava avaliando se iria pedir mais prazo para o ex-presidente depor. Por último, ele informou sobre o silêncio do ex-presidente.

Na petição à PF, os advogados de Bolsonaro alegam que não tiveram acesso a todo o material da investigação até o momento, mesmo após dez meses da primeira busca e apreensão do inquérito em curso.

"O acesso completo a esses elementos é crucial para que seja garantido o exercício do seu direito de defesa ― e mesmo de resposta a público ―, de maneira adequada e efetiva", disseram os defensores.

"Dessa forma, em decorrência da falta de acesso a todos os elementos de prova, o peticionário opta, por enquanto, pelo uso do silêncio, não abdicando de prestar as devidas declarações assim que tiver conhecimento integral dos elementos", acrescentaram.

Segundo uma fonte da PF, que pediu para não ser identificada, o depoimento está previsto para as 14h30 de quinta.

Vídeo relacionado: PF intima Bolsonaro a prestar depoimento por suposta tentativa de golpe


Bolsonaro é intimado pela Polícia Federal a depor

No início do mês, Bolsonaro foi um dos alvos de uma operação da Polícia Federal e na ocasião teve o passaporte apreendido, além de ter sido proibido de se comunicar com outros investigados.

A fonte da PF disse que outros alvos da operação -- que tiveram contra si mandados de busca e apreensão -- também foram intimados a prestar depoimento no mesmo horário que Bolsonaro: o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, os ministros da Defesa Walter Braga Netto e Paulo Nogueira Batista, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier.

Eles foram intimados a depor presencialmente na sede da PF em Brasília, conforme a fonte.

Durante as apurações, a PF encontrou um vídeo de uma reunião ministerial de julho de 2022 recheada de discussões de planos, ideias e ordens relacionadas à eleição presidencial daquele ano e à preocupação em garantir que Bolsonaro continuasse no poder. Naquela reunião, o então presidente chegou a dizer que se tudo não desse certo, iria descer a rampa do Palácio do Planalto "preso por atos antidemocráticos".

O depoimento está previsto para poucos dias antes de um ato que Bolsonaro convocou para a Avenida Paulista em São Paulo. Ele, que está inelegível, já negou ter cometido qualquer irregularidade e tem criticado as várias apurações contra ele.


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