Agora, a Controladoria Geral da União acaba de concluir que, ao escafeder-se do Brasil para distanciar-se do badernaço golpista que tramara e organizara, na tola ilusão de que assim escaparia das consequências criminais dos seus atos, ele utilizou um certificado de vacinação falso para entrar nos EUA, que exigiam dos visitantes a comprovação de que estavam imunizados contra a covid.
E isto nos seus últimos dias de mandato como presidente da República Federativa do Brasil. Ou seja, a faixa presidencial que se recusou a transmitir ao sucessor, ele a emporcalhou no esgoto!
E qual o motivo de sua conduta grotesca? Apenas e tão somente a pirraça pueril de não submeter-se ao dever de todo brasileiro, de vacinar-se para não se tornar transmissor de um vírus mortal.
Assim, precisando estar em território estadunidense para construir seu arremedo de álibi para o golpe de estado engatilhado e não querendo dar o braço a torcer, tentou, como sempre, resolver o problema burlando a lei.
Certo estava eu quando, no primeiro ano de seu catastrófico mandato presidencial, já o qualificava de ladrão de galinhas. É o que sempre foi e o que será até o último dia de sua infame existência.
E manteve outra característica inconfundível de seus planos infalíveis: a de serem toscos e darem com os burros n'água.
Assim é que:
— seu certificado de vacinação fajuto na UBS paulistana de Parque Peruche foi emitido num dia em que ele não estava em São Paulo, mas sim em Brasília;
— a vacina que ele supostamente teria tomado pertencia a um lote que não estava disponível em tal data naquela UBS; e
— a enfermeira que a teria aplicado negou tê-lo feito, o que foi confirmado por documentos (ela nem sequer trabalhava mais na dita unidade!).
Os pobres fugitivos da miséria e dos terrores ditatoriais, ao tentarem ingressar como clandestinos nos Estados Unidos, são aprisionados, tratados como lixo e devolvidos aos seus países.
Já o ainda presidente do Brasil pulou a cerca de forma mais segura, falsificando um requisito, como qualquer bandidão poderoso teria feito.
Uma condenação exemplar pela infinidade de crimes que Bolsonaro cometeu é o primeiro passo a ser dado para apagarmos essa página vergonhosa de nossa história.
Por Celso Lungaretti, jornalista, escritor, militante de esquerda.
Direto da Redação é um fórum de debates publicado no jornal Correio do Brasil pelo jornalista Rui Martins.