Em entrevistas à mídia, Cheney disse que estava considerando concorrer à Presidência no próximo ano como candidata conservadora por um outro partido ou em uma chapa bipartidária que incluiria um republicano e um democrata. Ela citou Trump como uma ameaça à democracia e aos Estados Unidos.
"Enfrentamos ameaças que podem ser existenciais para os Estados Unidos, e precisamos de um candidato que seja capaz de lidar, abordar e enfrentar todos esses desafios", disse Cheney ao Washington Post em comentários publicados nesta terça-feira.
Ela disse que planejava decidir sobre sua candidatura nos próximos meses.
Cheney, de 57 anos, que perdeu sua candidatura à reeleição como deputada em 2020 em meio a uma onda de sentimentos pró-Trump em seu partido, atuou como a principal republicana no comitê da Câmara que investigou o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro por apoiadores de Trump que queriam reverter sua derrota eleitoral para o democrata Joe Biden.
Ela manteve seu foco no ex-presidente, fazendo eco a Biden ao dizer que outra Presidência de Trump ameaçaria as instituições democráticas norte-americanas.
"Acontece que eu acho que a democracia está em risco em casa, obviamente, como resultado do controle contínuo de Donald Trump sobre o Partido Republicano, e acho que a democracia também está em risco internacionalmente", disse ela ao Post.
Cheney fez comentários semelhantes em entrevistas ao USA Today e à MSNBC, coincidindo com o lançamento nesta terça-feira de seu livro de memórias, "Oath and Honor: a Memoir and a Warning" (Juramento e honra: um livro de memórias e um alerta). Ela não pôde ser contatada imediatamente para comentar o assunto.
Apesar dos reveses políticos de Cheney, a filha do ex-vice-presidente Dick Cheney tem raízes profundas no Partido Republicano e cultivou uma rede nacional de doadores que lhe permitiu acumular milhões de dólares.
Trump continua na liderança da corrida para a indicação presidencial republicana em 2024, apesar dos indiciamentos em quatro processos criminais estaduais e federais, incluindo um em Washington sobre seu papel nos esforços para reverter sua derrota em 2020.
Trump nega qualquer irregularidade e prometeu represálias contra aqueles que ele considera que o prejudicaram se for eleito novamente. Representantes de sua campanha não responderam imediatamente a um pedido de comentário.
(Reportagem de Susan Heavey)