A equipe de checagem rápida de informações já identificou 11 mentiras no depoimento de Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde, durante a CPI da Covid no Senado. O documento foi divulgado pelo CNN Brasil.
O serviço de checagem foi organizado pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), na semana passada, após o depoimento do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Uma delas diz respeito ao tratamento precoce. Mayra alegou que o “tratamento precoce” é usado por médicos de todo o mundo. Mas, segundo a checagem, não há dados sobre esse assunto, em especial após a Organização Mundial da Saúde de opor ao uso da cloroquina, da hidroxicloroquina e da ivermectina.
Outro ponto é sobre a recomendação de medicamentos. Mayra Pinheiro negou que tenha recomendado a cloroquina, disse apenas que o Ministério da Saúde apenas “orientou o uso” do medicamento. Mas, no chamado “Plano Manaus”, assinado por Eduardo Pazuello, há a orientação de que é preciso incentivar o tratamento precoce. Já o TrateCOV indicava de forma expressa o tratamento.
Em relação ao TrateCOV, há uma contradição. Segundo Pazuello, a plataforma foi tirada do ar porque foi hackeada e os dados teriam sido alterados irregularmente. A secretária, por outro lado, disse que o TrateCOV foi tirado do ar para que fosse feita uma investigação, mas negou que a plataforma tenha sido alterada.
Mayra Pinheiro declarou que 37,5% da população pediátrica, ou seja, crianças, tem menos chance de desenvolver a covid-19. Por isso, disse, as aulas presenciais não deveriam ter sido suspensas. A afirmação desconsidera que há adultos nas escolas. Além disso, mostra a equipe de checagem, a secretária não apresentou o percentual de transmissão de crianças para adultos.