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18/09/2023 às 21h23min - Atualizada em 18/09/2023 às 21h23min

Polícia investiga alunos que ficaram pelados e simularam masturbação em jogo universitário em SP

Ministério das Mulheres e União Nacional dos Estudantes repudiaram ato de estudantes de medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa) durante partida de vôlei feminino

Ana CoelhoAnderson OliveiraGabriele KogaLéo Lopesda CNN São Paulo
https://www.cnnbrasil.com.br
Polícia investiga alunos que ficaram pelados e simularam masturbação em jogo universitário em SP Reprodução

Polícia Civil investiga alunos de medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa) que ficaram pelados e simularam masturbação diante de atletas de vôlei feminino durante um jogo universitário no interior de São Paulo.

Vídeos que circularam e repercutiram pelas redes sociais mostram alunos da Unisa com shorts abaixados e tocando os genitais ao lado da quadra onde jogavam atletas de vôlei feminino do Centro Universitário São Camilo.

Veja também: Universidades demitiram 6% dos professores acusados de assédio sexual nos últimos 10 anos

O vídeo que viralizou – gravado e publicado nos stories por uma estudante da São Camilo – ainda contém a legenda: “Um bando de animal (sic). Nunca vi tanto idiota nojento junto. Parabéns Unisa por conseguir ser a pior faculdade da história.”

O caso ganhou maior tração nas redes sociais a partir de domingo (17), quando o youtuber e empresário Felipe Neto compartilhou o caso cobrando posicionamento da Unisa: “A faculdade não vai se pronunciar? Não vai fazer nada?”

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou à CNN, em nota, que “assim que tomou conhecimento dos fatos, iniciou diligências para apurar o ocorrido”.

“A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São Carlos já iniciou as investigações para o total esclarecimento dos fatos”, concluiu a SSP.

O Centro Acadêmico Rubens Monteiro de Arruda, do curso de Medicina da Unisa, publicou uma nota nas redes sociais dizendo “repudiar as atitudes demonstradas nos vídeos que estão circulando nas mídias sociais a respeito de competições anteriores”.

“Nós não compactuamos com atitudes que ofendam, humilhem e constranjam qualquer pessoa. É notório que tais feitos são um retrocesso para uma universidade moldada através de lutas e reivindicações de seus discentes, e que também se dedica para que seu nome seja respeitado e reconhecido”, acrescentou o Centro Acadêmico.

A Atlética da Medicina da Unisa também se pronunciou por nota: “As filmagens circuladas pela mídia não são contemporâneas e não representam os princípios e valores pregados pela A.A.A.J.D.D.”

“Não toleramos ou compactuamos com qualquer ato de abuso ou discriminatório. Assim, atletas, torcedores, equipe técnica e todos os envolvidos em nossas competições e eventos são, por nós, incentivados sempre a terem comportamentos pautados em princípios éticos e sociais em que prevaleçam o respeito, a inclusão e a igualdade”, completou a Atlética.

CNN procurou a Unisa para se pronunciar institucionalmente, além do Centro Acadêmico e a Atlética da Centro Universitário São Camilo

UNE e Ministério das Mulheres repudiaram o caso

Com a repercussão do caso, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e o Ministério das Mulheres manifestaram repúdio.

“Absurdas as cenas dos alunos de medicina da Unisa durante os jogos universitários. Esses estudantes precisam ser responsabilizados pelos crimes cometidos em uma conduta inaceitável durante um jogo de vôlei feminino”, escreveu a UNE em comunicado.

“Não podemos tolerar que casos como esse continuem acontecendo. A nossa luta sempre será por um ambiente universitário sem machismo e sem assédio!”, concluiu.

Já o Ministério das Mulheres declarou que “romper séculos de uma cultura misógina é uma tarefa constante que exige um olhar atento para todos os tipos de violências de gênero”.

“Atitudes como a dos alunos de Medicina, da Unisa, jamais podem ser normalizadas — elas devem ser combatidas com o rigor da lei”, continuou o Ministério.

“Em parceria com o Ministério da Educação, o Ministério das Mulheres reforça seu compromisso de enfrentar essas práticas que limitam ou impossibilitam a participação das estudantes como cidadãs. Vamos seguir trabalhando para que as universidades sejam espaços seguros, livres de violência”, concluiu.


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