O período de férias escolares chegou e agora o desafio é: o que fazer com a criançada? Essa é a dúvida de muitos pais, que recorrem a diversas alternativas que estão ao seu alcance, mesmo que a escolhida não seja a das mais seguras. É nesse momento que o alerta ao perigo de acidentes ganha força, segundo ressalta o pediatra do Hospital Geral do Estado (HGE), Roney Damacena, ao destacar que a atenção redobrada ocorre, principalmente, quando os menores estão fora do campo de visão dos adultos
Quedas, intoxicações, queimaduras, choques elétricos, pancadas, afogamentos e sufocamentos são alguns dos riscos que podem levar a sérios prejuízos à saúde. Entretanto, o pediatra do HGE lembra de outras condutas que também põem as crianças em apuros, como a exposição à chuva e o uso irregular do transporte veicular.
“É que também estamos no inverno, e em Alagoas essa estação é marcada pelas chuvas, que por vezes provocam alagamentos, desmoronamentos, surgimento de animais e insetos perigosos e mais poluição dos rios, lagos e praias. Sendo assim, é importante que as crianças brinquem em locais seguros, longe da água contaminada. Se for levá-las para outro lugar, não deixe de usar os equipamentos de segurança e redobrar a atenção durante todo o trajeto”, recomendou Roney Damacena. Ele ressalta que todas as brincadeiras devem ser supervisionadas por adultos e que é necessário optar por comidas leves, uso de repelentes, protetor solar e roupas que se adequem ao momento da atividade.
Constatação
E. G. S. A., de 6 anos, está internado na pediatria do HGE com uma lesão no tornozelo esquerdo, decorrente de um acidente com motocicleta. O seu pai relatou que o acidente ocorreu quando o levava da igreja para casa, em Santana do Ipanema, município do Sertão alagoano. Os dois seguiam no veículo automotor de duas rodas e nenhum dos dois usava capacete, não utilizavam sapatos fechados, quando, durante a passagem em um quebra-molas, o pé do menor escorregou e entrou na roda traseira.
“A Igreja era pertinho de casa, nunca imaginei que isso iria acontecer, até porque eu passo sempre com ele pelo mesmo lugar. Quando o vi gritando, eu me desesperei. Um amigo me ajudou socorrendo ele e o levando até o hospital da cidade. Ele gritava de dor. Eu fiquei muito angustiado e, depois do atendimento feito lá, decidiram transferir meu filho para o HGE, para ter cuidados mais especializados”, disse o responsável pelo menor, pai de mais dois filhos.
O Código Brasileiro de Trânsito (CBT) determina que somente crianças com mais de dez anos podem ser transportadas em motocicletas, motonetas e ciclomotores. Tão quanto não utilizar o capacete, ambas as infrações são gravíssimas, cujas penalidades geram multas, suspensão do direito de dirigir, retenção do veículo até a regularização e recolhimento do documento de habilitação.
“Entretanto, a dor é muito maior quando a consciência acusa que o sofrimento em quem amamos foi causado pela irresponsabilidade de quem deveria ensinar com bons exemplos. Desse modo, a prevenção, a prudência, o respeito às normas e sinalizações, o uso correto dos equipamentos de proteção e a conscientização sobre os mais variados temas podem fazer das férias um período feliz”, enfatizou o pediatra do HGE.