A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) conta com 17 escolas estaduais específicas, diferenciadas e interculturais que atendem aos povos indígenas de Alagoas com a oferta de uma educação de qualidade e com respeito às tradições e à diversidade cultural. Ao todo, estas unidades reúnem mais de três mil estudantes.
Segundo dados da Superintendência de Desenvolvimento do Ensino Infantil, Ensino Fundamental e Políticas Educacionais (Sudep) da Seduc, a rede estadual atende a 9 dos 12 povos indígenas alagoanos com escolas específicas: Jiripankó e Katokinn, em Pariconha; Koiupanká, em Inhapi; Aconã, em Traipú; Kariri-Xokó, em Porto Real do Colégio; Karapotó, em São Sebastião; Tingui-Botó, em Feira Grande; Xukuru-Kariri, em Palmeira dos Índios; e Wassu-Cocal, em Joaquim Gomes.
Nas 17 escolas da rede estadual, todas ofertam Educação Infantil e Ensino Fundamental, e sete oferecem o Ensino Médio - sendo que uma, a Escola Estadual Indígena Pajé Francisco Queiroz Suíra, em Porto Real do Colégio, iniciou este ano com a oferta do Ensino Médio. Este ano, a rede estadual também implantou, pela primeira vez, o ensino integral em uma escola indígena - a Cacique Alfredo Celestino, na Serra da Capela, em Palmeira dos Índios.
Em todas as unidades, o quadro funcional é composto, em sua maioria, por indígenas, havendo também alguns profissionais não indígenas.
A matriz curricular praticada nestas unidades atende à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e às Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Escolar Indígena. “Considerando as bases legais, o que faz da Educação Escolar Indígena em Alagoas ser Específica, Diferenciada e Intercultural são os processos pedagógicos de aprendizagem relacionados aos conhecimentos sistematizados e às culturas de cada povo, de cada comunidade, possibilitando, com isso, o respeito à diversidade cultural, como proposta inclusiva do fazer educativo”, explica o técnico pedagógico da Seduc, Gilberto Ferreira.
Pontapé indígena
E o Governo do Estado lançou, nesta quarta-feira (19), Dia dos Povos Indígenas, o programa Pontapé Indígena. Desenvolvido pela Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag), o programa tem como objetivo a formação de um banco de estágio não obrigatório de nível superior.
A iniciativa contempla os estudantes devidamente matriculados no Curso de Licenciatura Intercultural Indígena. Eles atuarão nas suas comunidades em escolas relacionadas as suas etnias. Os estagiários terão que apresentar uma carta de anuência, de autorização para exercer atividades referentes ao estágio, assinada pelas lideranças da comunidade onde a escola escolhida esteja localizada.