Cirurgião torácico, José Renalvo Alves Barbosa diz que serviço é fundamental para assegurar assistência qualificada aos usuários do HGE Beatriz CastroUma criança brinca com um pequeno objeto, pode ser um brinquedo, tampa de caneta, moeda ou mesmo alguma alimentação, como uma uva, por exemplo. Caso se assuste com alguma coisa, esse objeto pode entrar na traqueia em vez do esôfago devido a inspiração que acontece no momento. Assim acontece a broncoaspiração de corpo estranho, que pode levar a insuficiência respiratória aguda - o paciente pode morrer sufocado -, e paradas respiratórias, além da morte súbita, em alguns casos.
"Esse objeto ou alimento colocado na boca, entrou pelo caminho errado na deglutição, entrando nas vias aéreas ou no pulmão", segundo explicou o cirurgião torácico, José Renalvo Alves Barbosa, especialista na área.
O atendimento deve ser feito em uma unidade hospitalar de urgência e emergência e de forma imediata. “É indispensável procurar uma emergência com serviço de broncoscopia devido a gravidade do caso. O objeto aspirado precisa ser retirado”, alertou.
O Hospital Geral do Estado (HGE) agora conta com o Serviço de Broncoscopia de Corpo Estranho é específico da área de urgência e emergência, garantindo a vida de pacientes, principalmente crianças, entre 5 e 10 anos, que sofrem engasgos com objetos pequenos, como os citados.
"Este serviço vem para acrescentar na qualidade do atendimento do HGE. Trazendo para a sociedade alagoana um procedimento de excelência em emergência hospitalar. Muitas vidas serão salvas em decorrência dele", destacou Fernando Fortes, diretor do HGE.
De acordo com José Renalvo, apesar das crianças serem as mais acometidas com broncoaspirações de corpo estranho, adultos e idosos também desencadeiam a fatalidade e têm alta taxa de óbitos quando não realizado o procedimento de emergência.
Em bebês, ela pode acontecer com o leite materno e pode ocasionar a morte súbita. Isso porque, além da ingestão de alimentos, a broncoaspiração pode resultar do retorno do conteúdo presente no estômago (refluxo gastroesofágico), que segue em direção à arvore respiratória (traqueia, brônquios e bronquíolos).
No geral, o diagnóstico é clínico, segundo informou o especialista. Alguns exames podem ajudar no diagnóstico, por exemplo, o raio x de tórax e a broncoscopia. O tratamento é feito por meio da broncoscopia para a retirada do corpo estranho da região.
Cuidados
Entre as recomendações para se evitar uma broncoaspiração, o cirurgião sugeriu para os recém nascidos, após a amamentação, as mães terem o cuidado de sempre deitar seus bebês de lado para, em caso de refluxo (no caso deles popularmente conhecido como gofar), estejam seguros, evitando alimentação nas vias aéreas.
Para as crianças, José Renalvo recomendou atenção e cuidado com os objetos pequenos, "fazer pequenas refeições, cortando a comida em pequenos pedaços e mastigando bastante os alimentos; também é importante evitar falar enquanto estiver comendo e bebendo, assim como qualquer outra distração, o que serve para os adultos também, e não ingerir líquidos ou medicamentos enquanto estiver deitado", orientou o médico, acrescentando que, em caso de prótese dentária, se certificar de que a mesma está firme e adaptada, procurando um profissional dentista para possíveis tratamentos.
